Algarve vai beber água do mar. Central de dessalinização arranca em 2024

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lele3100 / Flickr

Albufeira, Algarve

A central, que será construída até 2026 em Albufeira, permitirá transformar água do mar em água potável, em resposta à atual escassez de água no Algarve. Com Governo em gestão, urgência pode ser adiada.

A seca na região Sul do país torna urgente a construção da dessalinizadora do Algarve, prevista já para o início do próximo ano.

De momento a representar Portugal na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28),  o ministro do ambiente reforçou a urgência.

“Temos esperança de abrir o concurso da dessalinizadora do Algarve no início do ano. Espero que se assim se mantenha“, disse Duarte Cordeiro ao Correio da Manhã.

“Depende se exige ou não uma decisão do lado do Governo”, confessa o governante, mas “se exigir faz-se a avaliação se se enquadra ou não numa situação de urgência”, lembra.

A central, que será construída até 2026 em Albufeira, permitirá transformar água do mar em água potável, em resposta à atual escassez de água no Algarve.

Com 54 milhões assegurados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o projeto — que está em consulta pública até 19 de dezembro — conta com cerca de 85 milhões de euros, segundo o grupo Águas de Portugal.

Estão previstos investimentos públicos na ordem dos 342 milhões de euros provenientes do PRR e de fundos europeus, para aumentar resiliência na água.

Outra central semelhante será construída em Sines, embora ainda esteja numa fase inicial, enquanto a central de Albufeira já tem estudo de impacto ambiental.

“Vamos precisar de uma dessalinizadora naquele território”, indica Duarte Cordeiro, sublinhando que é “importante” conhecer os países com maior experiência e pisca o olho aos investidores: “Podem sempre concorrer”, disse o governante no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, região experiente na transformação de água do mar em potável.

A escassez de água que se vive atualmente na região Sul de Portugal é a “pior de sempre” e a manter-se este cenário, no início de 2024 pode ser necessário impor limites ao consumo, admitiu este mês o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Este ano, o Algarve está pior do que o ano passado, está na pior situação de sempre. Nunca estivemos assim. É um caminho novo que estamos a trilhar”, afirmou José Pimenta Machado no Encontro Nacional de Entidades Gestoras da Água (ENEG).

O assunto é “muito sério”: depois da saúde e da habitação, “vamos ter a muito curto prazo a crise da água”, avisou o investigador Nuno Loureiro no início do mês.

O Sul de Portugal está a ser cada vez mais afetado pela seca e, se não chover este ano, o país vai-se debater com uma “crise da água”, sobretudo no Algarve e no Alentejo, afirmou o investigador Nuno Loureiro.

Há 10 anos consecutivos que chove abaixo da média no Algarve.

ZAP //

4 Comments

  1. Portugal constrói centrais de desalinização no Algarve e Sines e os portugueses pagam os custos de construção e operação para ter água. Será que a agricultura algarvia poderá pagar o custo elevado da água dessalinizada?
    Espanha, apesar de também possuir água do mar, prepara negociações levar a água do Alqueva para desenvolver a sua agricultura e as enormes e rentáveis plantações da Andaluzia de uma forma economicamente viável, através de uma simples conduta e com custos reduzidos…
    Alguém é capaz de explicar(denunciar) o que se passa?

  2. ridiculo! projetos feitos a pensar na criação de empresas publico privadas para depois meterem lá os Boys!
    o algarve apenas precisa de barragens, depositos e charcas. nenhum dos rios que atravessa o algarve é aproveitado. tudo corre para o mar sem aproveitamento.
    se pedissem pareceres tecnicos a entidades privadas isentas e sem pertencer aos lobbyes talvez se conseguisse fazer portugal avançar. erros atras de erros e no final ficamos refens de um governo que quer ser um pai que não deixa os filhos crescer

  3. Caro tretas, está enganado: há 6 barragens no Algarve para aproveitar as águas dos rios e ribeiras, 2 delas no Arade. Bastava-lhe consultar um mapa do Algarve para ver isso. O problema da água no Algarve não é portanto falta de barragens.

  4. O local onde vai ser construída a central de dessalinização é atualmente abastecido pela barragem da ribeira de Odeleite. Imediatamente ao lado desta existe a ribeira de Odelouca a correr para o mar e poucos km a norte o rio Vascão a correr para o mar (ribeiras com caudal semelhante). Também a ribeira do Alportel e da Tor e outras correm diretamente para o mar. Não falando nas vastas reservas de agua subterranea no Algarve. Não falando na possivel conduta do Alqueva. Querem construir uma central de dessalinização como se o Algarve fosse uma ilha desértica e por os Algarvios a pagar a agua como se todos fossem turistas ricos. Tudo isto é mau demais para ser verdade. Talvez criminoso

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