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23,5%: alerta no desemprego. “Deve ser acompanhado com atenção nos próximos meses”

José Sena Goulão / Lusa

Mercado de trabalho estagnado há meses, recordes negativos dos últimos anos. Afecta jovens e menos jovens.

Há menos de um mês partilhámos aqui os avisos de “fim de festa” que surgiam na última revisão da Direcção-Geral do Emprego da União Europeia.

Os dados sobre desemprego têm sido positivos nos últimos tempos mas, em Bruxelas, já se acredita numa inversão dos números do emprego na Europa. A Comissão Europeia acredita que o cenário de queda no desemprego vai acabar. Ou já está mesmo a acabar em alguns países.

Portugal aparecia na linha da frente, pelos piores motivos, e os números mais recentes do Instituto Nacional Estatística confirmam que o mercado de trabalho português está estagnado e com tendência para o aumento do desemprego.

De Novembro até Janeiro, mostra o Dinheiro Vivo, a variação homóloga média do emprego foi de 0,02%. Em Janeiro subiu 0,1% mas em Dezembro tinha caído 0,4%. Há quase dois anos que não se verificava uma queda no número de pessoas com emprego em Portugal.

A taxa de desemprego, que era 5,8% há somente meio ano, subiu para 7,1%. É a percentagem mais alta desde Janeiro de 2021.

Os jovens entre 15 e 24 anos registam taxa de desemprego de 20,5%. Como em Dezembro era 19,2%, este aumento mensal de 1,3% é o maior em praticamente dois anos, desde Abril de 2021.

Numa comparação anual, em vez de mensal, há mais 22% de pessoas desempregadas em Portugal, em relação a Janeiro de 2022. São agora quase 375 mil pessoas desempregadas (77 mil são jovens), numa contabilidade que sobe desde Outubro.

É, novamente, a maior subida em quase dois anos. E as 374.800 pessoas sem emprego são o número mais alto desde Setembro de 2020.

Ainda na comparação com Janeiro de 2022, o desemprego afecta mais as pessoas com mais de 24 anos: subida de 23,5% – a mais alta desde Agosto de 2020.

Tudo isto “deverá ser visto como um alerta e acompanhado com atenção nos próximos meses”, de acordo com a economista Vânia Duarte.

ZAP //

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