Um navio de carga danificado num ataque dos rebeldes Huthis do Iémen deixou uma enorme mancha de petróleo do Golfo de Aden. No Alentejo, a Marinha evitou uma catástrofe.
Fertilizante derramado em dois cantos do mundo entre sexta-feira e sábado.
Na costa alentejana, o pedido de auxílio chegou de madrugada, de um navio que transportava 13 toneladas de fertilizante e mais de 200 toneladas de combustível e óleos.
Estava “à deriva a cerca de 22 quilómetros, a Sudoeste do Cabo Espichel”, após ter verificado uma avaria no sistema propulsor.
As treze toneladas de fertilizantes e mais de 200 toneladas de combustível e óleos foram salvaguardadas pela Marinha, que evitou uma catástrofe ecológica, depois do pediu auxílio do MBC Daisy.
Em condições de mar bastante adversas, com o IPMA também a colocar os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto e Viana do Castelo sob aviso vermelho devido à agitação marítima, o comunicado explica que
“O navio foi socorrido pelo rebocador Castelo de São Jorge, que largou de Sines às 2h da manhã e iniciou o reboque pelas 4h da manhã de hoje, quando o navio já se encontrava perigosamente a cerca de três quilómetros da Praia da Sancha”, lê-se no comunicado da Marinha.
Ataque huthi no Mar Vermelho
As forças armadas norte-americanas disseram na sexta-feira que o navio ‘Rubymar’ estava ancorado, mas lentamente a meter água, algo que já criou uma mancha de petróleo ao longo de quase 28 quilómetros.
O navio registado no Reino Unido “transportava mais de 41 mil toneladas de fertilizante quando foi atacado, o que poderá derramar-se no Mar Vermelho e agravar este desastre ambiental”, afirmou o comando militar dos EUA no Médio Oriente (Centcom, na sigla em inglês).
“Os Huthis continuam a demonstrar desprezo pelo impacto regional dos seus ataques indiscriminados que ameaçam a indústria pesqueira, as comunidades costeiras e as importações de alimentos”, lamentou o Centcom, na rede social X.
O ‘Rubymar’, um navio com bandeira de Belize e operado pelo grupo Blue Fleet, do Líbano, foi alvo de um ataque com mísseis em 18 de fevereiro, reivindicado pelos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
Um primeiro míssil atingiu a lateral do navio, provocando a entrada de água na casa das máquinas e o colapso da popa, enquanto um segundo míssil atingiu a ponte sem causar grandes danos, disse o presidente da Blue Fleet, à agência de notícias France-Presse.
Roy Khoury acrescentou que a tripulação foi evacuada para o Djibuti e, na quinta-feira, a empresa disse que o navio poderia ser rebocado para este país do Corno de África ainda esta semana.
Khoury disse que “não há qualquer risco neste momento” de naufrágio, mas admitiu que “há sempre essa possibilidade”.
Em outubro, os Huthis começaram a atacar navios que consideram ligados a Israel, alegando estar a tentar apoiar os palestinianos na Faixa de Gaza, alvo de uma ofensiva militar israelita em retaliação contra um ataque do movimento islamita Hamas.
Em retaliação, as forças dos EUA, em colaboração com o Reino Unido, iniciaram ataques contra os Huthis, em diferentes regiões do Iémen controladas por este movimento, algo que levou os rebeldes a estenderam as ações a navios destes dois países.
O Centcom anunciou que derrubaram três drones de ataque disparados pelo Huthis contra vários navios mercantes que navegavam no Mar Vermelho na sexta-feira e destruíram, ainda em terra, sete mísseis anti-navio que já estavam preparados para o lançamento.
ZAP // Lusa