O ministro da Saúde alemão alertou esta segunda-feira que, até ao final deste inverno, os alemães estarão “vacinados, curados ou mortos”, tendo em conta o aumento de infeções provocadas pelo novo coronavírus no país.
“Provavelmente, até ao final do inverno, como às vezes se diz cinicamente, todos ou quase todos estarão vacinados, curados ou mortos” devido à propagação da variante Delta do novo coronavírus, que é “muito, muito contagiosa”, declarou Jens Spahn.
O ministro alemão apelou mais uma vez aos alemães que se vacinem “com urgência”, face à explosão de casos nas últimas semanas no país.
A Alemanha, especialmente as regiões sul e leste, foi duramente atingida por uma nova onda de infeções, que os investigadores e políticos atribuem, em particular, a uma taxa de vacinação (68%) das mais baixas da Europa Ocidental.
Diante do ressurgimento do vírus, que já matou mais de 99 mil pessoas no país desde o início da pandemia, a chanceler alemã cessante, Angela Merkel, e o seu provável sucessor, Olaf Scholz, decidiram endurecer as restrições para os não vacinados, mas excluíram a vacinação obrigatória para toda a população.
“Atualmente temos uma quarta onda, temos uma situação muito, muito difícil em muitos hospitais na Alemanha”, disse Spahn numa conferência de imprensa, acrescentando que essa onda está a “espalhar-se gradualmente para o oeste”.
As unidades de cuidados intensivos dos hospitais alemães estão a chegar a um ponto de saturação, principalmente por falta de pessoal, e muitos doentes já foram transferidos para outros países.
Nos últimos dias, a Alemanha tem registado números sem precedentes de infeções, ultrapassando o limite de 65 mil contágios diários na semana passada. Hoje, a taxa de incidência a sete dias bateu o recorde de 386,5 infeções por 100 mil habitantes.
Angela Merkel já lamentou esta quarta onda “altamente dramática”, enquanto os líderes alemães pretendem uma limitação drástica da vida social dos não vacinados.
Também esta segunda-feira, iniciou-se na Áustria um novo confinamento nacional para combater a nova onda de infeções, que vai durar dez dias inicialmente, mas que pode ser estendido por mais dez.
Assim sendo, os austríacos terão de trabalhar a partir de casa, sempre que o teletrabalho for possível e os estabelecimentos não essenciais voltam a fechar. No final deste confinamento, apenas os vacinados poderão retomar a sua vida normal.
O Governo austríaco também determinou que a vacinação será obrigatória para toda a população a partir de 1 fevereiro. Trata-se do primeiro país da Europa a tomar esta decisão para conter a pandemia, numa altura em que esta nação tem a terceira maior taxa de novos casos do mundo.
Vários austríacos saíram à rua no fim-de-semana para protestar contra estas novas restrições, aos quais se juntaram manifestantes de países como os Países Baixos, a Bélgica e a Croácia.
ZAP // Lusa