Um estudo publicado na revista médica britânica Lancet afirma que o aleitamento materno não só reduz a mortalidade infantil, como tem um impacto positivo nas economias dos países – pobres ou ricos.
O documento, publicado esta sexta-feira na Lancet, faz parte de uma série sobre o assunto preparado por especialistas da Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Segundo os especialistas, se houver uma melhoria nas práticas de amamentação, 820 mil crianças poderão ser salvas por ano – 90% das quais, bebés com até seis meses de idade.
Além disso, será possível prevenir quase metade dos casos de diarreia e mais de 60% das infecções respiratórias, as duas principais causas de morte de crianças com menos de cinco anos.
A amamentação materna é também responsável por uma queda de 36% nas mortes repentinas de recém-nascidos.
Segundo o estudo, as crianças amamentadas pela mãe apresentam menor risco de se tornarem obesas quando crescerem.
O aleitamento materno também ajuda a reduzir as taxas de cancro de mama e ovário.
Segundo o estudo, “por cada ano que as mulheres amamentem os seus bebés, há uma redução de 6% no risco de desenvolver cancro de mama”.
Actualmente, o aleitamento materno evita a morte de quase 20 mil mulheres por este tipo de doença, todos os anos.
Os médicos afirmam que esse número pode duplicar se houver uma melhoria dessa prática.
O impacto económico é também grande.
O estudo calcula que as perdas associadas ao baixo aleitamento materno podem chegar a 280 mil milhões de euros por ano.
Para o Director de Nutrição da Unicef, Werner Schultink, o investimento no aleitamento materno tem um impacto significativo na saúde de mulheres e crianças e nas economias de países ricos e pobres”.
Schultink afirma que “o estudo fornece uma prova crucial de que o aleitamento materno é não só um pilar para a sobrevivência, a saúde, o crescimento e o desenvolvimento das crianças, mas também um contributo para um futuro mais próspero e sustentável”.