Alcochete. Leitura do acórdão marcada para quinta-feira

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Mário Cruz / Lusa

Academia de Alcochete

A leitura do acórdão do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete, com 44 arguidos, incluindo o ex-presidente do clube Bruno de Carvalho, está marcada para quinta-feira, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.

A informação foi transmitida à agência Lusa pelo Tribunal de Almada, ao qual pertence o julgamento, que, por questões de segurança e de logística, decorreu em Monsanto, com início a 18 de Novembro de 2019.

Cerca de meio ano após o começo do julgamento, durante o qual foi inquirida mais de centena e meia de testemunhas, depois de um adiamento devido à pandemia de covid-19 e de um despacho de alteração não substancial de factos, o colectivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, agendou para as 9h30 a leitura da decisão.

No final da 37.ª sessão, a 13 de Março, a juíza presidente alterou as medidas de coacção dos arguidos que ainda se encontravam em prisão domiciliária e a de Elton Camará (“Aleluia”), que estava em prisão preventiva. Desde esse dia que todos os arguidos se encontram em liberdade, com termo de identidade e residência, apresentações semanais e proibidos de frequentarem recintos desportivos.

O processo do ataque à Academia — onde, a 15 de Maio de 2018, jogadores e equipa técnica do Sporting foram agredidos por adeptos ligados à claque “leonina” Juve Leo — tem 44 arguidos, acusados de co-autoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Bruno de Carvalho, Nuno Mendes, conhecido por “Mustafá” e líder da claque Juventude Leonina (Juve Leo), e Bruno Jacinto, o oficial de ligação aos adeptos, estão acusados da autoria moral da invasão.

Nas alegações finais, a procuradora do Ministério Público (MP) pediu a absolvição de Bruno de Carvalho e dos outros dois arguidos acusados de autoria moral da invasão à academia — Nuno Mendes (Mustafá) e Bruno Jacinto — e defendeu penas máximas de cinco anos para a maioria dos arguidos, considerando ainda não ter ficado provado o crime de terrorismo.

A maioria dos advogados foi, por seu lado, quase unânime nas críticas à acusação elaborada pela procuradora Cândida Vilar e ao crime de terrorismo de que estão acusados os 44 arguidos, pedindo penas suspensas.

// Lusa

1 Comment

  1. Isto dá vontade de rir! Estes simples estão acusados de tudo e mais alguma coisa, Inclusivamente de terrorismo. Se de hoje para amanhã algum extremista colocar para aí uma bomba e matar uma data de gente, chamarlhe-ão o quê? Hiper-terrorismo? Já agora, o que é feito dos acusados de matar dois adeptos rivais, numa final de taça e ao pé do estádio da Luz? E daqueles que indo e vindo para o Norte e vindo e indo do Sul assaltavam e destruíam as áreas de serviço das autoestradas. E dos que invadiram o centro de estágios dos árbitros etc etc etc. Estes, de Alcochete, ao menos ficaram por casa e, estúpidos, atacaram os seus, provocando prejuízos enormes ao seu próprio clube. Mas foram eles a ter direito a um carnaval mediático e jurídico que se vem estendendo por mais de um ano. Já agora, deixem de chamar “Guerra de Claques” ao que se está a passar. Esse título é, no mínimo ridículo, quando no próprio artigo se afirma que 20 atacaram um adepto. Estão já a tentar branquear isto. Não há “gerra” nenhuma. uma guerra pressupões dois lados em oposição. Aqui só se tem visto emboscardas de grupos a adeptos isolados

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