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Águias migraram repentinamente para o Irão (e quase levaram cientistas russos à falência)

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Não é fácil estudar aves. Na Sibéria, por exemplo, águias equipadas com emissores de GPS que estavam a ser estudas por cientistas russos decidiram voar para fora do alcance, ativando tarifas de roaming de dados e esgotando os fundos dos investigadores.

O projeto da Rede Russa de Pesquisa e Conservação de Aves de Rapina está a monitorizar 13 aves da espécie águia-de-estepe em vias de extinção para perceber melhor as ameaças que enfrentam durante a migração.

As aves estão equipadas com sistemas de GPS ligados a um cartão de telemóvel, que marca a localização do animal doze vezes por dia e envia as coordenadas para os contactos dos investigadores em quatro mensagens. Se a ave estiver fora de cobertura móvel, armazena os dados em texto assim que volta ao alcance.

Porém, os cientistas que monitorizavam este grupo de águias ficaram sem dinheiro depois de as aves terem passado o verão fora de cobertura móvel, no Cazaquistão, tendo posteriormente voado para o Irão e para o Paquistão, esgotando os dados.

“Min ficou fora do alcance de cobertura móvel durante todo o verão no Cazaquistão e o sistema não conseguiu enviar nenhum dado até voltar ao alcance no início de outubro”, explicaram os investigadores numa publicação num blogue. “Esperávamos ouvir sobre Min do Cazaquistão, mas começou a transmitir todos os seus movimentos de verão do Irão”.

No Irão, as aves começaram a enviar mensagens de texto de dados de GPS, custando ao orçamento do programa cerca de 100 euros por dia. Cada mensagem de texto no Irão custa 0,69 euros, cerca de 25 vezes mais do que na Rússia, de acordo com o r.

“Algumas das outras águias do programa também ficaram quietas nos meses de verão antes de voltar com uma repentina inundação inesperada de cobranças e esses custos imediatamente consumiram o nosso escasso orçamento“, contaram.

O prejuízo levou mesmo a que os cientistas fossem obrigados a lançar uma campanha de financiamento coletivo, com o nome “Recarregue o telemóvel da águia”. Já foram doados mais de 3.500 euros, o suficiente para que a investigação possa continuar até ao final do ano.

As aves são águia-das-estepes, uma espécie de ave de rapina enorme com asas com envergadura de até dois metros, que se reproduzem em savanas abertas, desertos e estepes da Ásia Central. Quando não estão em temporada de acasalamento, as águias ficam no sul da Ásia e na África. As águias comem principalmente carniça e são uma espécie carismática da Ásia. Infelizmente, estão ameaçadas à medida que os países transformam os seus habitats nativos em terras agrícolas.

Segundo os investigadores, continuar a monitorizar os animais é importante para identificar como é que as espécies ameaçadas de extinção sofrem perigos nas suas rotas migratórias, como a caça ilegal e armadilhas.

ZAP //

2 Comments

  1. Possivelmente será por uma questão de religião, se aquelas acolá para o lado do Jardim Zoológico lhes dá na gana de tomarem o mesmo rumo, lá vamos ficar nós com um futebol menos barulhento.

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