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Aguarela de Van Gogh roubada pelos nazis durante a II Guerra Mundial vendida por 31 milhões de euros

Christie's / Twitter

“Meules de blé” (“Fardos de Trigo”, em português)

Mueles de ble, uma paisagem confiscada pelos nazis durante a II Guerra Mundial, atingiu os 35,9 milhões de dólares, num recente leilão em Nova Iorque.

A obra de Vincent van Gogh, roubada pelos nazis durante a ocupação francesa na II Guerra Mundial, foi vendida em leilão por 35,9 milhões de dólares (cerca 31,3 milhões de euros), um recorde para uma aguarela do pintor holandês.

Mueles de ble, (“Fardos de Trigo”, em português), é uma aguarela de grandes pilhas de trigo acabadas de colher, num cenário bucólico.

A obra de arte, pintada em 1888, foi adquirida muito acima da estimativa pré-venda, que apontava para um valor entre os 20 e os 30 milhões de dólares, segundo a Christie’s.

Segundo a Christie’s, Meules de blé pertenceu ao irmão do artista, Theo van Gogh, e posteriormente à descendente Johanna van Gogh-Bonger. A pintura deixou de ser vista em público desde que esteve exposta no museu Stedelijk, em Amesterdão, em 1905.

Foi depois comprada por Max Meirowsky, um industrialista judeu, em 1913. Durante o regime nazi, Meirowsky foi forçado a fugir da Alemanha, nos finais de 1938, por causa da perseguição antissemita, e deixou a obra a um comerciante de arte alemão em Paris.

O quadro acabou por entrar na coleção de Miriam Alexandrine de Rothschild, uma estudante de Medicina, depois de o herdar da coleção do pai, Edmond.

Mas Rothschild também foi forçada a fugir, desta vez por causa da eclosão da II Guerra Mundial. De França, mudando-se para a Suíça. Meules de blé não foi na bagagem.

Quando regressou a Paris, percebeu que a obra tinha desaparecido, depois de ter sido confiscada pelos nazi durante a ocupação.

Em 1941, foi transferida para o museu Jeu de Paume, usado pelo regime para guardar obras de arte consideradas degeneradas. Passou também pelo castelo Schloss Kogl, na Áustria, pela galeria Wildenstein & Co., em Nova Iorque, e pelas mãos de Edward Lochridge Cox, texano, colecionador e magnata do petróleo.

Após a sua morte, o quadro passou para os herdeiros de Max Meirowsky e os herdeiros de Rothschild, sendo alvo de uma disputa entre estes.

Segundo a leiloeira, houve um “acordo de resolução” entre as partes, que permiteiu que o quadro fosse leiloado.

ZAP //

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