Pela primeira vez, foi encontrada água extraterrestre no meteorito Winchcombe, que atingiu uma estrada no Reino Unido em fevereiro.
Segundo o Independent, o meteorito Winchcombe, que atingiu uma estrada na cidade de Gloucestershire, no Reino Unido, em fevereiro de 2021, também contém informações sobre as origens da água que compõe os oceanos do planeta.
A descoberta foi partilhada por Ashley King no The British Science Festival — o Festival de Ciência da Europa mais antigo, que viaja todos os anos para um lugar diferente no Reino Unido, segundo a Interesting Engineering.
Ashley King, investigador do grupo de materiais planetários do Museu de História Natural, declarou que a água constituía 12% da amostra e que, sendo o composto menos contaminado do meteorito, está recheado de informação.
“A composição dessa água é muito semelhante à composição da água dos oceanos da Terra”, sublinhou o investigador no festival de ciência.
O meteorito de 0,5kg foi recuperado em cerca de 12 horas, o que o impediu de ser manchado por minerais terrestres e água. “Tentamos sempre fazer corresponder a composição dos meteoritos de água e outros materiais extraterrestres à composição da água na Terra”, explicou o investigador.
“Para a maioria dos meteoritos, o desafio que temos é que eles estão contaminados, enquanto que com Winchcombe sabemos realmente que não foi contaminado, por isso é uma boa prova”, acrescentou.
“Uma das grandes questões que temos nas ciências planetárias é de onde veio a água na Terra? E um dos lugares óbvios é ou através de cometas que têm cargas de gelo ou asteroides”, salientou ainda King.
O meteorito Winchcombe foi visto a entrar na atmosfera da Terra acima de Gloucestershire, em Inglaterra, a 28 de fevereiro de 2021. Segundo o The Telegraph, a família Wilcox descobriu os pedaços iniciais do meteorito e, no mês seguinte, os investigadores de meteoritos descobriram os restantes pedaços.
Trata-se de um meteorito com 4,6 mil milhões de anos, proveniente da cintura de asteroides entre Marte e Júpiter. A 17 de maio de 2021, fragmentos do meteorito foram expostos no Museu de História Natural de Londres.