Embora seja ainda uma zona cinzenta nos campos da saúde, alimentação e nutrição, já há quem beba água do mar e cozinhe com ela todos os dias em Portugal. Mas afinal faz melhor do que as outras ou não?
Colhida entre 7 vulcões, a 32 metros de profundidade no Parque Natural de Cabo de Gata, a Vizmaraqua é uma das marcas presentes no mercado nacional. Está no El Corte Inglês e no Celeiro e vende cerca de 2 milhões de litros por ano — 84% para beber, 12% para cozinhar, avança o dono da espanhola à Sábado. No site da Dietimport, dona da Celeiro, as vendas em Portugal cresceram 600% no último ano.
A Quinton é outra empresa que o faz desde 1907: extrai água do mar no Golfo da Biscaia, a profundidades entre 20 e 30 metros, para vender, por sua vez, na forma de ampolas.
A também espanhola Algamar também está no site da Celeiro, a 6,98 euros por litro. É recolhida à volta do Parque Nacional das Ilhas Atlânticas, em frente às Ilhas Cíes — “um lugar privilegiado onde as correntes oceânicas se renovam continuamente”, lê-se no site. A Naturitas vende cinco marcas diferentes.
O que são e para que são usadas?
Não são iguais às águas “da praia”. A versão hipertónica é água do mar pura, mas filtrada e tratada. Já a isotónica “contém 25% de água do mar e 75% de água mineral, que é a água que temos dentro do nosso corpo”, explica o médico Manuel Pinto Coelho à revista esta quinta-feira.
“Estas águas são colhidas em profundidade e tratadas, por isso não representam um risco para a saúde pública. Ir buscar diretamente água do mar, isso sim, é um grave risco”, explica.
A MarAqua, da Vimaraqua, apresenta-se como um “complemento para quem compra peixe e marisco“.
A sua água do mar “é usada para fins culinários, aumentando o sabor e a textura dos alimentos, principalmente em pratos de peixe e marisco porque potencia o sabor a mar. Reduz a necessidade de adição de sal e é rica em vários minerais e oligoelementos”, diz fonte da empresa.
Faz melhor ou não?
“Tem 356 vezes mais cálcio, 442 vezes mais magnésio e 1.685 mais potássio que a média das águas minerais portuguesas”, diz Manuel Pinto Coelho. Há quem discorde.
“Não vejo vantagem em termos de nutrição clínica”, diz à mesma revista Flora Correia, especialista em nutrição clínica: “a quantidade que tem de magnésio, por exemplo, provavelmente não faz sentido para doentes com défice, que continuarão a precisar de suplementação.”
“Em termos de estudos, os benefícios identificados são para atletas de alta competição para recuperação física após exercício físico muito intenso. Apenas nessas circunstâncias se encontraram evidências. Para o cidadão comum, o consumo de água do mar não parece trazer qualquer vantagem adicional em relação à água comum”, reforça Gustavo Tato Borges, médico especialista em saúde pública.
É mais um negócio como as garrafinhas com agua santa de Fátima!…
São optimas para a saúde, especialmente porque já se encontraram microplásticos em águas do mar recolhidas a 100 metros de profundidade…
PS: presentemente, não existe nenhum tipo de filtragem que remova os microplástico da água, na realidade, nem a destilação os remove, são o nosso novo melhor condimento para a saúde…
As tretas do costume…
Eu só gostava de ter uma ideia da treta assim, que renda um rio de guito, à custa da quantidade de idiotas que gastam o dinheiro nisto….