“Braço perdido” do Nilo resolve dilema milenar sobre pirâmides do Egito

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Pirâmides do Egipto

Uma novo estudo veio reforçar a importância do Nilo – quer por via direta quer por ramificações – na construção das pirâmides do Egito. Afinal, não há mesmo Pirâmides sem Nilo.

Como é que dezenas de pirâmides egípcias foram construídas ao longo da orla do deserto ocidental do Egito, a vários quilómetros de distância do Nilo, é (ou era) um dilema “antigo”.

Vários estudos já tinham teorizado que, para transportar os recursos necessários para a construção destas pirâmides, o rio Nilo deveria ter tido uma ramificação que passava pelos locais de construção.

Apenas tal hipótese poderia explicar porque é que pirâmides – nomeadamente a famosa Grande Pirâmide de Gizé – estão agrupadas numa fina faixa de terra árida e inóspita.

Para estudar tal teoria, um grupo de investigadores da Universidade Macquarie em Sydney (Austrália) analisou imagens de satélite e outros dados sobre a elevação do terreno na região.

As conclusões do estudo, publicado esta quinta-feira na Communications Earth & Environment, indicaram que depressões encontradas na paisagem sugerem que o antigo canal de água se estendeu 64 quilómetros para lá dos campos das pirâmides, entre a cidade de Gizé, a norte, e a aldeia de Lisht, a sul.

Os investigadores recolheram amostras de solo e de sedimentos ao longo do seu trajeto e descobriram um leito de areia escondido sob o que é agora terra agrícola ou deserto.

“Calculámos que tinha cerca de 200 a 700 metros de largura e pelo menos 8 metros de profundidade no seu ponto mais profundo”, revelou o líder da investigação, Timothy Ralph, citado pela New Scientist.

A mesma revista detalha que as calçadas encontradas à volta das pirâmides parecem terminar nas margens deste antigo braço do Nilo.

Estas evidências são, muito provavelmente, a confirmação de que o canal de água foi utilizado para transportar materiais de construção há milhares de anos.

O antigo “braço do Nilo” – apelidado de braço de Ahramat”, que significa pirâmide em árabe – acabou por secar depois de uma seca severa ter atingido aquela região há cerca de 4200 anos.

ZAP //

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