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Afinal, o Tigre-da-Tasmânia pode não estar extinto

Westell, William Percival, 1874-1937

Exemplar jovem de um tigre-da-Tasmânia em 1910.

Exemplar jovem de um tigre-da-Tasmânia em 1910.

Após vários “avistamentos” do famoso Tigre-da-Tasmânia, que se acredita estar extinto há mais de 80 anos, uma equipa de cientistas australianos quer desfazer as dúvidas e vai à caça deste marsupial carnívoro com “armadilhas de câmaras” de alta tecnologia.

Estes investigadores da Universidade James Cook (JCU), na Austrália, anunciaram ao mundo uma expedição científica em busca do Tigre-da-Tasmânia ou Lobo-da-Tasmânia, como é também conhecido este animal marsupial que se acredita estar extinto desde os anos de 1930.

A extinção destes predadores com cabeça de lobo e corpo riscado como os tigres é atribuída aos colonos europeus que ajudaram a povoar a Austrália. O último espécimen conhecido, baptizado como Benjamin, terá morrido num Zoo, na ilha da Tasmânia, em 1936.

Mas as últimas imagens confirmadas de um Tigre-da-Tasmânia são de um vídeo filmado em 1933, num Jardim Zoológico australiano.

Nos últimos anos, vários australianos têm garantido ter visto Tigres-da-Tasmânia e os cientistas da JCU estão a dar credibilidade a alguns desses relatos, acreditando que estes marsupiais carnívoros podem ter sobrevivido numa pequena área selvagem isolada.

Assim, vão concentrar a sua pesquisa na Península de Cape York, no norte do estado australiano de Queensland, distribuindo mais de 50 “armadilhas de câmara” de alta tecnologia, para tentar captar um Tigre-da-Tasmânia.

O professor Bill Laurance, um dos investigadores envolvidos na pesquisa, refere, num comunicado divulgado pela JCU, que há, pelo menos, duas pessoas que apontaram “descrições plausíveis e detalhadas“.

“Um destes observadores foi um trabalhador de longa duração do Serviço Nacional de Parques de Queensland e o outro acampava frequentemente no norte de Queensland”, aponta Laurance.

O guarda florestal australiano Patrick Shears refere ao jornal britânico The Telegraph que há também, “avistamentos” em zonas habitadas por aborígenes que chamam a estes animais “o ‘tigre do luar'”, por alegadamente, só ter sido visto de noite.

Shears, que terá também visto um destes possíveis Tigres-da-Tasmânia, garante que são animais “curiosos”. “Se não te mexeres e não fizeres barulho, eles aproximam-se até uma distância razoável, para te observar e depois, vão-se embora a trote”, salienta.

Em 2016, foi divulgado um vídeo na Internet com um destes potenciais “avistamentos”, num jardim australiano, mas onde as imagens não permitem desfazer as dúvidas.

Os investigadores da JCU esperam agora, de uma vez por todas, esclarecer se afinal, os Tigres-da-Tasmânia estão ou não extintos.

A pesquisa de campo na zona de Queensland vai arrancar neste mês de Abril e os cientistas estão a tratar o assunto com “estrita confidencialidade”, conforme atesta a JCU, frisando que não pretende divulgar os locais onde vão andar “à caça” dos animais. Isto para proteger o seu potencial habitat, bem como o de outras espécies da zona.

SV, ZAP //

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