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A nova funcionalidade de segurança do Google Maps pode, na verdade, ser pouco segura, alertam especialistas em condução distraída.
A famosa aplicação Google Maps — que ainda é a mais usada para circulação rodoviária e informações de trânsito — começou recentemente a pedir aos condutores que confirmem a presença de incidentes nas estradas por que passam, mas especialistas alertam para o facto de a funcionalidade poder tornar, na verdade, as estradas mais perigosas.
A atualização, que entrou em funcionamento no verão passado, baseia-se num ‘pop-up’ que pergunta ao condutor se há ou não um acidente, um carro parado ou presença de polícia a ‘x’ metros de distância, de modo que a aplicação possa continuar a informar corretamente o resto dos condutores.
Apesar de ser uma pergunta de sim ou não, envolve interação dos dedos com o ecrã e promove a distração dos condutores, avisam especialistas.
Um dos maiores problemas apontados é a necessidade de uma resposta rápida a esta pergunta do Google Maps. Um temporizador de contagem decrescente faz a pergunta desaparecer em segundos do ecrã, o que incita os condutores a avançar rapidamente para o clique, independentemente da situação rodoviária em que se encontram — ainda por cima, muitas vezes, estes condutores estão perante um ou mais carros parados na autoestrada, quando são incitados a mexer no telemóvel para confirmar tal acidente, o que aumenta a probabilidade de algo correr mal.
Especialistas em fatores humanos e condução distraída ouvidos pelo Fast Company alertam para o facto de que mesmo as solicitações aparentemente simples podem desviar a atenção dos condutores da estrada em momentos críticos.
“Se o pedido ocorrer quando se está a preparar para virar ou mudar de faixa, pode desviar a atenção e causar confusão“, avisa Birsen Donmez, professor da Universidade de Toronto que estuda condução distraída. Os condutores inexperientes ou idosos são particularmente vulneráveis perante esta situação, acrescentou, uma vez que podem ter dificuldade em processar estímulos irrelevantes enquanto conduzem.
Com o Waze, também muito usado pelos condutores, já era possível sinalizar um acidente, a presença de polícia ou de um radar, um corte de estrada ou más condições atmosféricas. Desde que adquiriu este sistema de navegação em 2013, a Google incorporou dados de tráfego no Google Maps, permitindo aos condutores comunicar incidentes à medida que estes ocorrem.
“Na maior parte das vezes, trata-se de uma informação irrelevante para a segurança”, mas que, ao fim ao cabo, pode cumprir o contrário do que promete, e afetar negativamente a segurança rodoviária, diz ainda o especialista.