Afinal, os dentes do siso não são inúteis

Descartados por grande parte da população, os dentes do siso têm células estaminais valiosas que podem revelar-se muito úteis ao dono.

Geralmente, os dentes do siso foram considerados um vestígio evolutivo sem qualquer utilidade prática. Aliás, os “dentes do juízo” chegam no fim da adolescência com complicações para a boca para quase todos nós: se antes ajudavam na trituração de alimentos duros, a evolução da dieta para produtos mais macios e a redução do tamanho dos maxilares levou à perda da sua função original.

Hoje, a remoção preventiva destes dentes é prática comum por praticamente todo o mundo. Mas a Ciência aponta uma vantagem que estes quatro dentes extra ainda nos fornecem.

Estudos mostram que o tecido pulpar dos dentes do siso contém células estaminais com uma capacidade espantosa de regenerar diferentes tipos de tecidos humanos, como neurónios, cartilagem e osso.

O procedimento de extração destas células estaminais é particularmente acessível e minimamente invasivo, acreditam alguns especialistas — um estudo de novembro de 2024 detalha a geração de organoides dentários utilizando hidrogéis reticulados bioortogonalmente definidos — o que abre portas à medicina regenerativa a estes dentes com potencial terapêutico. Este procedimento é geralmente efetuado quando as células são jovens, mais viáveis, e num ambiente estéril e controlado, o que facilita a preservação do material biológico.

Algumas clínicas, nota o El Confidencial, já oferecem serviços de recolha, o processamento e o armazenamento destas células em bancos especializados. Isto permite a preservação do material biológico do próprio doente, que poderá ser posteriormente utilizado em tratamentos de regeneração de tecidos ou de recuperação funcional, sem necessidade de recorrer a dadores externos.

ZAP //

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