A Inteligência Artificial (IA) tem mais impacto a combater desinformação do que a influenciar eleições. Afinal, a IA não é assim tão má para a democracia.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu para o facto de as eleições previstas em mais de 70 países em 2024 serem as primeiras “na era da IA generativa amplamente disponível” – o que aumenta o risco de desinformação.
No entanto, um estudo, publicado recentemente pela universidade norte-americana Massachusetts Institute of Technology (MIT), concluiu a IA teve pouca influência em eleições, e está a ser usada com eficácia para combater a desinformação e conteúdos ofensivos.
O estudo do MIT foi citado, esta sexta-feira, pelo presidente dos assuntos internacionais da Meta, Nick Clegg.
Durante um evento organizado pelo centro de estudos britânico Chatham House sobre o tema “Poderá a democracia sobreviver ao ritmo da tecnologia?”, o responsável do grupo que inclui as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, desvalorizou o impacto negativo da IA em eleições.
“Até agora, é impressionante o pouco efeito que a IA tem tido a nível sistémico em qualquer uma das eleições”, afirmou o antigo vice-primeiro-ministro britânico (2010-2015), invocando o estudo.
Pelo contrário, vincou Clegg, “as empresas tecnológicas consideram a IA como uma espada e um escudo” porque se tornou “a ferramenta mais poderosa para identificar conteúdos negativos e impedir a sua disseminação”.
Segundo Clegg, os conteúdos com discurso de ódio foram reduzidos no Facebook em mais de 50% nos últimos dois ou três anos para apenas cerca de 0,02% do total graças a filtros automáticos de AI.
Outro exemplo que deu foi a remoção automática de 99,8% conteúdo relacionado com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) “antes de ser denunciado”.
“Os avanços na proteção da segurança das pessoas na Internet, na tentativa de defesa contra a interferência estrangeira nas eleições, [contra] a disseminação de desinformação, são uma batalha travada através da AI. E, invariavelmente, os maiores avanços são feitos através da AI“, argumentou.
O responsável da Meta adiantou que os conteúdos políticos representam menos de 3% do total no Facebook e Instagram por vontade dos utilizadores.
Nick Clegg admitiu que existe uma grande pressão para um maior controlo dos conteúdos políticos, sobretudo nos EUA, mas garantiu que os verificadores de factos da Meta não analisam conteúdo nem os discursos de candidatos.
“Não vamos começar a ser um árbitro de discursos políticos por candidatos políticos, não é o nosso papel. As pessoas queixam-se do excesso de poder destas plataformas, imaginem se começássemos a editar” o que os políticos dizem, alegou.
“No fim de contas, uma empresa tecnológica não deve meter-se entre o que os políticos e os eleitores dizem em democracia”, justificou.
ZAP // Lusa
Claro que sim procurem na internet como ela responde quando se pergunta coisas boas sobre Trump e sobre Kamala..
É claramente amiga da Esquerda e dos poderes instaurados..