Afinal, a canábis é azul e vermelha

Sim, é verdade, quando vista a microscópio. Os seus “pelinhos”, fonte do THC e do CBD, são azuis e vermelhos.

Já parou para pensar como é a aparência da canábis ao microscópio? Sejamos justos: não é o tipo de pergunta que costuma “saltar” à mente, mas foi precisamente esta a questão que serviu como ponto de partida para um estudo publicado na revista The Plant Journal.

Além de mostrar o aspeto da planta ao microscópio, a investigação também permitiu uma compreensão mais aprofundada sobre as estruturas que dão à canábis as suas propriedades psicoativas.

O estudo, que remete a 2019, permitiu confirmar que pequenas estruturas semelhantes a pelos encontradas na planta são a fonte mais rica de resinas que contêm o tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD). Essas estruturas, tecnicamente conhecidas como tricomas, são também a principal fonte dos componentes odoríferos da planta, denominados terpenos.

Os investigadores esclarecem que os tricomas são as fábricas bioquímicas da planta de canábis, e o estudo serve como base para compreender como estas produzem e armazenam os seus produtos.

Na prática, existem três tipos conhecidos de tricomas glandulares encontrados na planta, mas antes do estudo não era claro qual a diferença entre as funções de cada estrutura.

Mas passemos ao que interessa: como é a canábis ao microscópio?

The Plant Journal

Canábis vista ao microscópio

Canábis vista ao microscópio

A azul, temos o tricoma pedunculado, que possui entre 12 e 16 células que parecem expelir a resina pegajosa e saturada de canabinóides. A vermelho, temos os tricomas sésseis mais pequenos, com discos secretores mais pequenos e capazes de produzir menos terpenos odoríferos.

Em comunicado, os investigadores afirmaram que os tricomas armazenam os metabolitos nas paredes celulares, e o que se revela verdadeiramente surpreendente é que níveis elevados do produto podem ser tóxicos para as células, por isso a expectativa é entender como conseguem isso.

Para além de ter um aspeto bastante singular ao microscópio, a canábis possui mais de 100 canabinóides já identificados e encontrados nas flores, folhas e caule da planta.

Em 2022, um estudo indicou que a canábis dos dias de hoje é mais forte e mais viciante do que antes. O artigo mostra que, à medida que a potência dos produtos à base de canábis aumentou internacionalmente ao longo dos anos, aumentaram também as taxas de pessoas em tratamento para a dependência.

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