Depois de o Supremo Tribunal ter determinado que os procuradores nova-iorquinos podem ter acesso às declarações de impostos do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, os seus advogados informaram na quarta-feira que estavam a considerar contestar essa decisão.
De acordo com uma carta da defesa enviada a um juiz federal de Manhattan, o pedido dos promotores em aceder às declarações fiscais do Presidente eram uma forma de assédio levada a cabo por Cyrus Vance Jr, promotor do distrito de Manhattan, que pretende verificar os impostos pessoais e corporativos do Presidente dos últimos oito anos.
Cyrus Vance Jr procura informações sobre pagamentos que o então advogado pessoal do Presidente, Michael Cohen, efetuou durante a campanha presidencial de 2016 para impedir que a atriz pornográfica Stormy Daniels e a modelo Karen McDougal expusessem as realções que supostamente tiveram com Trump.
Cohen foi condenado a três anos de prisão por se declarar culpado de acusações relacionadas ao financiamento de campanhas e mentir ao Congresso, entre outros crimes.
O juiz Victor Marrero marcou uma audiência para quinta-feira, em Nova Iorque.
A 09 de julho, o Supremo Tribunal rejeitou os argumentos dos advogados do Presidente e do Departamento de Justiça, que alegavam que Trump não podia ser investigado enquanto estivesse no cargo. A defesa alegou ainda que um promotor deve provar uma necessidade maior do que o normal para obter esses registos fiscais.
“Nenhum cidadão, nem mesmo o Presidente, está categoricamente acima do dever comum de apresentar provas quando convocado num processo criminal”, escreveu o chefe de justiça John Roberts.
O tribunal rejeitou ainda o esforço da Câmara dos Representantes, liderado pelos democratas, para ter acesso aos registos que Vance procura.