O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, João Proença, adiantou que as negociações com os privados vão começar em breve, mas garante que a entidade não abdica dos 38 milhões de euros pedidos aos grupos privados.
“Com os prestadores de saúde seja uma relação correta, mas uma relação de facto que nos respeite pela lei e pelas convenções e também uma relação que leve a preços justos garantidos, e não uma prática de cada um poder praticar os preços que entende”, afirmou o presidente do conselho geral da ADSE em declarações aos jornalistas.
Questionado sobre se a ADSE está disposta a abdicar dos 38 milhões de euros exigidos aos privados, João Proença foi perentório: “Não, respeito pela lei e pelas convenções. Reitero: respeito pela lei e pelas convenções”.
Em declarações ao Correio da Manhã, Eugénio Rosa, que integra a direção da ADSE, frisou também que a entidade não está disposta a abdicar do valor exigido aos hospitais privados.
“Está fora de questão abdicar da exigência de 38 milhões que os privados devem à ADSE por excesso de faturação. Está nas regras, não podemos abdicar”, revelou Eugénio Rosa, adiantando que, na sua opinião, “o Governo não deve mediar diferendo” com os privados.
“A partir do fim do mês”, tal como apontou Eugénio Rosa, o subsistema de saúde dos trabalhadores da Função Pública, vai começar a reunir com os prestadores privados de saúde para resolver o braço de ferro com os hospitais privados e aprovar novas tabelas.
Março deverá ser o mês em que ADSE e privados vão discutir tabelas de preços, depois de 4 grupos de saúde terem anunciado a intenção de romper o acordo. No total, serão já 69 as unidades de saúde que ameaçam sair, entre as quais o grupo CUF e a Luz Saúde.
Face ao braço de ferro, o Grupo José de Mello Saúde vai avançar com preços especiais para a ADSE, de forma a evitar que os beneficiários abandonem os hospitais da CUF.
Esta terça-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, reuniu-se com o Conselho Geral e de Supervisão da ADSE e ouviu as preocupações. No final, Marta Temido afirmou ter “boas expectativa de que em resultado da negociação este processo [de suspensão das convenções] não seja necessário”.