A eliminação de Portugal frente a Marrocos pode mesmo ditar o início de um novo ciclo na equipa nacional, com a saída de Fernando Santos em cima da mesa e uma renovação no plantel à vista.
Marrocos fez novamente das suas aos ibéricos. Após ter eliminado Espanha nos oitavos, foi a vez de Portugal cair nos quartos perante uma muralha marroquina que defendeu com unhas e dentes a vantagem de 1-0 — e não houve D. Sebastião que nos salvasse da determinação dos árabes.
A saída de Portugal pode mesmo significar o fim da era Fernando Santos e o início de um novo ciclo. Após o apito final, o técnico foi parco nas palavras e não se comprometeu com nada, dizendo apenas que vai falar com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, quando chegar a Lisboa.
Esta não é a primeira vez que a continuidade de Fernando Santos é posta em causa, tendo já sido questionada após a queda de Portugal nos oitavos do Mundial 2018 frente ao Uruguai e também depois da eliminação perante a Bélgica nos oitavos do Euro 2020.
O estilo de jogo tipicamente mais conservador e defensivo do seleccionador também é frequentemente criticado, especialmente dado o enorme leque de talento ofensivo que Portugal tem à sua disposição. Em 2021, após a desilusão no Euro, André Villas-Boas foi apontado como o favorito da Federação para assumir o cargo numa era pós-Fernando Santos.
Quer esteja ou não de saída, o engenheiro pode orgulhar-se de ter sido o único treinador na história da equipa portuguesa a levantar troféus, com a conquista do Euro 2016 e da Liga das Nações em 2019.
Ronaldo e Pepe passam o testemunho
Do lado do plantel, esta eliminação deve ditar o adeus definitivo de duas lendas nacionais ao palco dos Campeonatos do Mundo.
Cristiano Ronaldo foi um dos protagonistas do jogo de ontem, com as imagens do capitão lavado em lágrimas a correr o mundo. Aos 37 anos, é muito pouco provável que CR7 ainda dispute o Mundial de 2026, quando já terá 41 anos. Apesar de ter manifestado o desejo de ainda ir ao Euro 2024, a continuidade de Ronaldo na selecção nacional ainda está em aberto.
Depois de um início de época onde foi deixado várias vezes no banco do Manchester United, o avançado português também foi relegado ao papel de suplente nos oitavos e nos quartos de final no Qatar e teve um choque público com Fernando Santos devido às suas palavras pouco simpáticas quando foi tirado frente à Coreia do Sul — o que levanta mais dúvidas sobre se está na hora de passar o testemunho.
O hat-trick de Gonçalo Ramos, que jogou na posição tipicamente ocupada por Ronaldo, no embate contra a Suíça, reforçou a ideia de que chegámos mesmo ao fim da era CR7.
Outro veterano que também estará de saída é Pepe. Actualmente o segundo capitão da selecção, o defesa central do Porto vai soprar 40 velas em Fevereiro e já não deve estar nas contas para o Mundial 2026.
A sua recente onda de lesões sucessivas e a convocação de António Silva indiciam que está mesmo na hora de uma renovação no centro da defesa portuguesa. Mesmo assim — e tal como ainda o mostrou no Qatar — Pepe ainda é capaz de jogar ao mais alto nível, pelo que a sua participação no Euro 2026 não deve ser posta de lado.
Bruno Fernandes e Rúben Dias assumem o leme
Se os dois grandes líderes do plantel têm os dias contados, há também dois nomes prontos a assumir as rédeas da equipa.
Comecemos por Bruno Fernandes, que se destacou como o melhor jogador de Portugal no Mundial, somando dois golos e três assistências. O médio já tem um historial de liderança tanto no Sporting como no Manchester United, tendo até capitaneado os red devils na maior parte dos jogos esta época, dado que Harry Maguire foi relegado ao banco.
Do outro lado da cidade de Manchester, encontramos outro importante rosto de liderança nesta nova geração do plantel português. Rúben Dias, defesa central do Manchester City, também não é novo nestas andanças, tendo desde jovem assumido um papel preponderante no Benfica e agora na equipa de Guardiola.
O espírito de liderança de Rúben Dias ficou bem claro no jogo contra o Uruguai, quando o defesa rapidamente protegeu Nuno Mendes e João Félix contra as tácticas de intimidação dos uruguaios, tendo até deixado um conselho ao lateral do PSG: “Se eles começarem a gritar, manda-os para o car****“.
Tal como Bruno Fernandes, Rúben Dias também é segundo capitão do Manchester City, liderando a equipa quando İlkay Gündoğan não está em campo, pelo que estes dois craques devem ser os nomes cimeiros na lista de possíveis herdeiros da braçadeira de Cristiano Ronaldo.
Os suspeitos do costume
Há ainda outros grandes craques que prometem ter ainda muito para dar ao serviço de Portugal. João Cancelo e Diogo Dalot são dois destes nomes incontornáveis — e prometem uma intensa batalha pela titularidade no lado direito da defesa portuguesa, dando dores de cabeça das boas ao seleccionador.
Bernardo Silva é outro grande craque que ainda tem muito para dar. O craque do Manchester City é uma das peças mais importantes do puzzle de Pep Guardiola, que até já disse que a equipa era “Bernardo e mais 10”, tendo um futuro garantido na selecção das quinas.
O Mundial do Qatar serviu também para consolidar a titularidade de Diogo Costa entre os postes. Apesar do susto no jogo contra o Gana e do erro que levou ao golo de Marrocos nos quartos, o guardião do FC Porto tem recebido o voto de confiança de Fernando Santos e surgiu como o herdeiro de Rui Patrício, que também estará a chegar ao fim da linha da sua carreira internacional.
Nomes como Matheus Nunes, Otávio, Rúben Neves, Vitinha, William Carvalho ou João Palhinha prometem ainda oferecer muita diversidade de escolha no meio-campo nacional. Na defesa, Raphaël Guerreiro continua a ser uma aposta confiável, assim como Danilo.
No ataque, também não há fome que dê em fartura, com Rafael Leão, Ricardo Horta, André Silva e João Félix a dar profundidade às opções ofensivas portuguesas.
Jovens promissores
Este Mundial mostrou ainda que o futuro é muito promissor para a equipa portuguesa. A convocação de António Silva, de apenas 19 anos, indica que o centro da defesa nacional ficará em boas mãos após a saída de Pepe.
Já a estreia com estrondo de Gonçalo Ramos promete que a sucessão de Cristiano Ronaldo na posição de ponta-de-lança está em boas mãos.
Com apenas 20 anos, Nuno Mendes também já se afirmou como o lateral esquerdo titular na selecção, apesar de a sua passagem pelo Qatar ter sido encurtada devido a uma lesão.
A Comunica;ao Social, falida, est]a a ser muito Prejudicial ao Pais, na aflicao da falta de aidiencias, procura a todo o custo, causar turbulencia na sociedade, ja era demasiado na politica, agora no desporto, penso que comeca a atinjir problemas graves para a nacao.
Há mais jogadores a afirmarem-se: Fábio Vieira, João Mário, Nuno Tavares …
E há outros que pouco jogaram (Nuno Mendes) ou que nem sequer foram, Diogo Jota. E vão surgir mais.
Quanto ao selecionador é altura de ir buscar o Mourinho. O selecionador não é na realidade um treinador (tem pouco tempo com os jogadores para ensaiar jogadas, etc). Tem de ser essencialmente um líder. E Mourinho é a pessoa certa para isso.
Os portugueses são mais ajeitados para apanharem vacinas Covid do que para jogarem futebol. Nas vacinas Covid os portugueses são campeões do mundo.
Penso que Fernando Santos está de saída (e já vai tarde…), nem tanto pela sua fraca prestação mas mais pelo divórcio com Cristiano Ronaldo (tanto o sr. Eng. o enaltecia, confiava e protegia!), que é mais valioso para a FPF do que o engenheiro. Aliás, a única coisa de valor que F. Santos fez neste Mundial foi ter a coragem de mandar o CR7 para o banco.
Está na hora de se inciar um novo ciclo e para tal é necesário cortar com o passado recente e isso implica nova equipa técnica e o adeus à seleção de vários jogadores que já estão ultrapassados por uma nova geração de jogadores, não estou com isto a dizer que não contribuiram e muito para a afirmação a nivel internacional da nossa Seleção, mas chegou a hora de apostar numa nova geração.
Marrocos tem jogadores muito rápidos e jovens, cheios de energia…seria muito difícil ganhar a Marrocos…..