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Chegou o “Adamastor Furia”. Supercarro português atinge os 300 km/hora

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É apresentado, nesta terça-feira, o Adamastor Fúria, o novo ‘supercarro’ português que vai ser produzido em Matosinhos, num investimento de 17 milhões de euros e com uma produção estimada em 60 veículos de estrada.

“É um veículo de alta ‘performance’ todo construído e desenvolvido em Portugal”, refere à Lusa Ricardo Quintas, o co-fundador e gerente da Adamastor, empresa automóvel portuguesa responsável pelo projeto e cuja origem remonta a 2012.

O automóvel pode atingir uma velocidade máxima de 300 quilómetros por hora e “é todo ele construído em carbono, com um motor de posição central e tracção traseira”, explica ainda Quintas.

O investimento neste projecto ronda os 17 milhões de euros desde 2019 até este ano.

Nesta terça-feira, será apresentada “a versão de estrada” do “Adamastor Furia“, cuja produção estará limitada a 60 unidades. O custo é de cerca de 1,6 milhões de euros – uma pechincha, portanto!

Mas vai ser ainda produzida uma “versão de competição, que em princípio não terá limite, porque as equipas podem sofrer acidentes e ter que necessitar de reparar ou substituir chassis”, sublinha Quintas.

“Projecto 90% português”

A empresa conta actualmente com 14 trabalhadores e optou, como estratégia comercial, por “atacar num mercado de nicho e fazer séries limitadas“, conjugando um custo industrial “não muito alto”, por não haver produção em série, com um investimento maior na investigação.

“Adquirimos um espaço em Perafita, Matosinhos” que foi dotado de “as máquinas e equipamentos necessários” para a produção. “Alguns dos equipamentos foram desenhados e produzidos por nós“, sublinha ainda Quintas à Lusa.

“Todo o ‘tooling’ [equipamentos para produção, como moldes] deste carro foi desenvolvido internamente e produzido parcialmente por nós, e outras partes produzidas fora”, no caso componentes como o motor, travões, jantes, pneus, electrónica ou a matéria prima do ‘tooling’, explica ainda o empresário.

Para “alguns componentes em metal” houve recurso a parceiros nacionais, mas o desenho, fabricação dos moldes, é totalmente nacional, fazendo com que “90% do valor acrescentado do projecto seja português”, segundo o responsável.

Supercarro português Adamastor Furia

“Reinventámos todo o processo produtivo”

O processo de desenvolvimento deste supercarro português contou com recurso à realidade virtual.

“Os nossos engenheiros enfiavam uns óculos e, na sala que nós tínhamos, eles conseguiam ver se havia algum conflito” técnico, algo que “ajudou a poupar muito dinheiro no desenvolvimento do carro”, partilha ainda Quintas.

“Como o carro foi criado de raiz, tudo teve que ser reinventado. Nós reinventámos todo o processo produtivo”, com recurso a compósitos, ao invés de aço e alumínio (como sucede na indústria automóvel), produzindo moldes “muito mais rapidamente” e podendo corrigi-los muito mais rapidamente, explica também o gerente da Adamastor.

O motor estará “preparado para usar combustíveis sintéticos” e também etanol que, para já, não é permitido em Portugal.

Supercarro português Adamastor Furia

De acordo com Ricardo Quintas, o projeto é “viável com uma produção anual de 25 carros, mais a versão de competição e peças de reposição”.

“Consoante a reacção do mercado”, a empresa poderá ser equipada com “mais meios ou menos meios produtivos”, diz ainda o gestor.

A empresa fez “um estudo de mercado para identificar a dimensão do mercado e as exigências”, nota também. A partir daí, o carro começou a ser desenhado sob o princípio da “função definir a forma”.

“Nós quando fizemos o estudo de mercado não olhámos para Portugal, olhámos para o mundo inteiro“, explica à Lusa o gestor da Adamastor, sinalizando mercados como o europeu e os Emirados Árabes Unidos como os inicialmente mais atractivos para a venda.

Numa fase seguinte, decorrendo das homologações, seguem as “Américas, Oceania e Ásia“.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Noticia fantástica. Parabéns à empresa! Muito sucesso para vocês e para o vosso projeto.

    Precisamos deste espirito de empreendedorismo e inovação presente nas nossas empresas e empresários.
    Já chega de economia de turismo.

    É preciso agora uma empresa Portuguesa (que não existe) se chegue à frente e produza os motores. O risco é grande, não há dúvida, mas a recompensa também pode ser.

    Se os outros fazem, porque não nós??

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  2. Talvez porque “os outros” têm décadas de experiência.
    Fazer um (super)carro não é fazer um sapato e muito menos desenvolver um motor é fazer um molde para uma sola.
    É sem duvida de salutar este projecto, mas tenhamos os pés no chão.

  3. Estranho atirarem-se logo para os super rápidos… Mas há tantos dessa gama… No entanto parabéns pela coragem, e pela loucura de fazer um carro num país que não o vai compar.

  4. Isto sim, são excelentes notícias. O empreendedorismo nacional só tem a ganhar e espero que seja um exemplo para outros.
    Gostaria de ver, neste canal e não só, mais notícias como esta de muitos outros empresários portugueses que os há mas, por vezes, nem ouvimos falar deles e nos passam ao lado.
    Agora pensem no que poderíamos fazer se o talento nacional que emigra todos os anos em busca de reconhecimento e salários condignos com as suas capacidades, ficasse por cá. Não é com políticas empreseriais como as que foram impostas nos últimos governos de esquerda que lá chegamos… E não venham dizer que isto começou com o Passos Coelho, que esse só geriu a bancarrota e o acordo com os nossos credores que o “grande” José Sócrates criou e assinou.
    PARABENS A ESTES EMPRESARIOS.

  5. Para quem conhece o cavalheiro que elevou ao mais alto patamar o projeto inicial, que desenvolveu do nada uma ideia, com muitas portas do setor ESTADO a se fecharem e não colaborarem num projeto 100% Portugues é com muito orgulho, bem-haja, pelo empreendedorismo dedicação Dr Ricardo e sua equipe que lhe dedico uma palavra OBRIGADO pelo exemplo sacrifício em elevar o nome de Portugal, mais alto…

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