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Santa Clara 1-1 Benfica | Açorianos anulam “águia” sem chama

O Benfica voltou a marcar passo na luta pela liderança. Num embate que começou no domingo e terminou apenas nesta segunda-feira, as “águias” de Lisboa foram anuladas pelo Santa Clara e empataram a um golo, num duelo a contar para a 12ª jornada do campeonato.

Darwin Núñez inaugurou o marcador, mas Fábio Cardoso decretou o resultado final. A equipa de JJ esteve por cima nos primeiros 45 minutos, mas surgiu amorfa e sem chama na etapa final – à semelhança, diga-se, do que tem sido hábito no decurso desta época -, deixando via livre para que os comandados de Daniel Ramos fossem ganhando confiança.

O jogo explicado em números

  • Nené, Lincoln, Diogo Salomão, Cryzan e Jean Patric foram as novidades escolhidas por Daniel Ramos. Olhando para o desaire em Moreira de Cónegos, Osama Rashid, João Costinha, Ukra, Carlos Júnior e Moghanlou saltaram do “onze”. A presença de Ferro, substituindo o castigado Otamendi, foi a única alteração promovida por Jorge Jesus relativamente à formação que iniciou o embate da última jornada frente ao Portimonense. O defesa-central português, que apenas foi titular pela segunda vez esta época, após ter actuado na terceira eliminatória da Taça de Portugal ante o Paredes, capitaneou os lisboetas nesta deslocação a São Miguel.
  • No primeiro remate da partida, logo aos quatro minutos, Waldschmidt ficou a pouca distância de marcar um golaço. Na resposta, Lincoln desferiu um “míssil” que obrigou Vlachodimos a excelente intervenção. No entanto, o duelo teve de ser interrompido instantes depois, aos 5 minutos e 54 segundos, pela equipa de arbitragem liderada por Hélder Malheiro devido ao forte dilúvio (chuva e vento) que se abateu sobre o relvado – era impossível qualquer um dos conjuntos conseguir fazer três passes seguidos.
  • Utilizando preferencialmente o corredor esquerdo (41% dos ataques, face aos 35% do lado contrário e aos 24% da zona central), o Benfica ia gizando algumas incursões ofensivas, mas pecava sempre no momento do passe final nas zonas de decisão (18 perdas do esférico registadas por volta do minuto 20, 63% de posse e apenas um remate). Por seu turno, os açorianos não pressionavam alto, mas iam mantendo seguro o último reduto, aproveitando, sempre que conseguiam, a força de Cryzan para contra-atacar.
  • Aos 31 minutos, Vertonghen vestiu a capa de bombeiro de serviço e cortou uma excelente iniciativa de Jean Patric, que aproveitou um passe mal medido de Weigl.
  • Porém, a passagem do minuto 33, no primeiro remate enquadrado, os “encarnados” colaram-se na frente do marcador. Sobre o corredor direito, Rafa e Waldschmidt “cozinharam” um excelente envolvimento, que Darwin Núñez, no coração da pequena área, finalizou e abriu a contagem. Foi o oitavo golo do uruguaio e o terceiro na Liga NOS esta época.
  • Três minutos volvidos, Rafa assistiu Waldschmidt, que rematou e viu a bola passar a centímetros da baliza açoriana. A sete minutos dos 45, o Benfica, além da vantagem no marcador, tinha 72% da posse, quatro remates, dois cantos, cinco faltas cometidas, 135 passes trocados, 111 certos e 82% de eficácia.
  • Já os da casa acumulavam quatro remates, dois dos quais enquadrados, 28% da posse, três faltas cometidas e 54 passes feitos, sendo que 31 foram correctos (57% de eficácia).
  • Intervalo Num embate que começou no domingo e que prosseguiu na tarde desta segunda-feira, o Benfica foi mais eficaz e concretizou uma das poucas situações que gizou com qualidade – o trio Rafa, Waldschmidt e Darwin Núñez voltou a ser decisivo. O golo surgiu num período em que o sinal das “águias” de Lisboa era mais intenso, a equipa circulava o esférico com relativa facilidade e velocidade, chegando amiúde aos últimos 30 metros. A melhor ocasião dos anfitriões ocorreu dois minutos antes do toque certeiro de Darwin: Jean Patric galgou vários metros, mas um acção de Vertonghen travou os intentos do extremo. O MVP na primeira metade foi Darwin Núnez, com um GoalPoint Rating de 6.6, ele que foi o autor do golo.
  • Logo no recomeço, um choque violento de cabeças entre Jean Patric e Gilberto deixou os dois jogadores KO e fora de cena. Aos 51 minutos, Carlos Júnior e Diogo Gonçalves foram apostas de Daniel Ramos e de Jorge Jesus, respectivamente. Na sequência de um livre, um corte de Ferro (53’) quase acabava em autogolo e aos 57, Vertonghen travou um centro venenoso impedindo que a bola chegasse a Carlos Júnior. E aos 59 minutos, o central belga voltou a ser decisivo, ao cortar um cruzamento de Sagna para Crysan.
  • Ao quarto aviso, os açorianos igualaram o encontro. Crysan, de forma acrobática, assinou um remate, que Fábio Cardoso, sem marcação, desviou de forma certeira, de cabeça, decorria o minuto 60. Foi o oitavo remate do Santa Clara, quarto nesta segunda metade – já tinha o dobro das tentativas dos forasteiros, quatro, sendo que nenhuma foi na segunda parte.
  • Mais agressiva nas suas acções, a equipa da casa continuava na mó de cima. Por muito pouco, Nené não finalizou um lance bem orquestrado por Lincoln aos 68 minutos, e instantes depois o tiro de Cryzan saiu à figura de Vlachodimos. O Benfica deu o primeiro sinal de vida, Ferro cabeceou, mas Marco foi lesto e “tirou o pão” das chuteiras de Vertonghen.
  • Na fase de maior fulgor benfiquista, que começou a partir dos 78 minutos, o Santa Clara ia conseguindo suster as diversas aproximações do oponente. Apesar nas diversas incursões, o Benfica ia demonstrando várias deficiências no ataque posicional. O Santa Clara realizou na segunda parte sete remates e os visitantes apenas dois.
  • Com este empate, o Benfica, que vinha de uma série de quatro triunfos consecutivos na Liga, foi apanhado pelo FC Porto no segundo lugar, com 28 pontos, e viu o Sporting passar a ter agora quatro pontos de avanço. Os açorianos, que na Liga NOS tinham perdido quatro dos cinco últimos jogos, têm 14 pontos e ocupam o sétimo posto.

O melhor em campo GoalPoint

No reencontro com o clube onde se formou, Fábio Cardoso exibiu-se a um bom nível, foi o esteio do Santa Clara na defesa e o autor de um golo que valeu um precioso ponto. O melhor elemento dentro das quatro linhas, com um GoalPoint Rating de 7.0, além do já citado cabeceamento certeiro, que nasceu no único remate que fez, tem na ficha pessoal sete passes progressivos certos, 32 acções com bola (três das quais dentro da área adversária), quatro duelos aéreos defensivos ganhos (em cinco) e nove alívios (máximo neste capítulo no encontro).

Jogadores em foco

  • João Afonso 6.8 – Quase sempre no lugar certo, foi um dos responsáveis pela inoperância atacante do Benfica, principalmente na etapa final. Recuperou sete passes, realizou quatro desarmes, duas intercepções, cinco alívios e ainda bloqueou um remate. Já na fase de descontos falhou por pouco o 2-1.
  • Darwin Núñez 6.4 – Lutou quase sempre sozinho perante o “dilúvio” de defensores do Santa Clara. Finalizou com êxito a única ocasião de que dispôs, tendo ainda feito quatro passes valiosos. Como ponto negativo, os três desarmes sofridos e os três maus controlos de bola registados.
  • Villanueva 6.4 – Mais um muro erguido na defensiva açoriana. Descaído sobre o lado esquerdo, foi muitas vezes o terceiro central e demonstrou qualidade. A destacar as oito recuperações de posse, as 45 acções com bola e os três alívios.
  • Vertonghen 6.1 – Uma das partidas mais completas do belga desde que ingressou no Benfica. Quase sempre bem posicionado, pelo menos em três ocasiões “tirou” o golo ao Santa Clara, alem disso, fez 14 passes progressivos certos, máximo no jogo, sete recuperações de bola, cinco desarmes e três intercepções. Mais activo na saída de jogo, falhou apenas oito dos 78 passes feitos (90% de eficácia). Os três dribles consentidos debotaram a performance do experiente central.
  • Ferro 5.5 – Pela primeira vez titular esta época no campeonato, o número 97 não deslumbrou, mas também não foi por ele que o Benfica perdeu dois pontos. Dos dez passes longos tentados, acertou seis e alcançou 11 passes progressivos certos. Dos três duelos aéreos defensivos em que interveio, foi eficaz em dois, tem ainda duas intercepções e quatro alívios.
  • Rafa Silva 4.9 – Foi uma sombra do Rafa quem tem sido até ao momento. Apenas teve um lampejo no lance do golo de Darwin, retirando isso foi coleccionado más decisões: as 21 perdas de bola, registo máximo na partida, são um espelho disso mesmo.

GoalPoint

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