Cientistas não conseguem explicar o revolucionário aço inoxidável que descobriram

(dr) Universidade de Hong Kong

SS-H2

“Inicialmente não acreditávamos; é uma descoberta contra-intuitiva, não pode ser explicada pelo conhecimento atual na ciência”. Eis o SS-H2, que promete produzir hidrogénio de forma sustentável e mais barata.

Apresenta-se como um avanço revolucionário na tecnologia do aço inoxidável. Algo pioneiro.

Uma inovação que desafia o que sabemos sobre ciência da corrosão, mas também abre caminho para tecnologias de produção de hidrogénio mais sustentáveis e económicas.

Chama-se SS-H2 e é um aço inoxidável projectado especificamente para produção de hidrogénio.

É mais resistente à corrosão, em comparação com o titânio, e pode reduzir significativamente os custos dos materiais utilizados na eletrólise da água, abrindo caminho para a produção acessível de hidrogénio a partir de fontes renováveis.

O seu desempenho em eletrolisadores de água salgada é comparável com o uso industrial de titânio para a produção de hidrogénio a partir de água do mar dessalinizada ou ácido – mas com um custo significativamente menor.

Devido à sua resistência à corrosão, é adequado para a produção de hidrogénio verde a partir de água do mar – uma solução sustentável muito necessária.

O portal SciTechDaily lembra que o aço inoxidável, descoberto há um século, depende do crómio para resistir à corrosão. No entanto, este mecanismo tem limitações, levando à corrosão transpassiva em ambientes de alto potencial. Por exemplo, o aço inoxidável super 254SMO, embora superior em resistência à perfuração, é limitado pela corrosão transpassiva em potenciais mais elevados.

Para superar estas limitações, esta equipa de engenheiros mecânicos utilizou uma estratégia de “dupla passivação sequencial”.

É uma abordagem que envolve a formação de uma camada secundária à base de Mn em cima da camada passiva convencional à base de Cr2O3, estendendo a resistência à corrosão do SS-H2 para um potencial ultra-alto de 1700 mV.

O método, que promete ser um avanço científico significativo, contradiz a visão predominante de que o Mn prejudica a resistência à corrosão.

“Inicialmente não acreditávamos porque a visão predominante é que o Mn prejudica a resistência à corrosão do aço inoxidável. A passivação baseada em Mn é uma descoberta contra-intuitiva, que não pode ser explicada pelo conhecimento atual na ciência da corrosão. No entanto, quando foram apresentados numerosos resultados a nível atómico, ficámos convencidos. Além de ficarmos surpresos, mal podemos esperar para explorar o mecanismo”, afirmou Kaiping Yu, o primeiro autor do estudo.

O especialista da Universidade de Hong Kong revelou que já foi dado um “grande passo rumo à industrialização” do SS-H2, que já começou a ser produzido: “Estamos a avançar na aplicação do SS-H2, mais económico, na produção de hidrogénio a partir de fontes renováveis”.

ZAP //

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