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Acionado pela primeira vez plano de emergência no distrito do Porto

Nuno André Ferreira / Lusa

Helicóptero Kamov Ka-32A-11BC da frota da Protecção Civil no combate a um incêndio

Com os bombeiros esgotados e previsão de continuação de muito calor, a Comissão Distrital de Operações de Socorro do Porto decidiu, por unanimidade, acionar, o Plano Distrital de Emergência (PDE) para o distrito.

O Plano Distrital de Emergência do Porto, distrito constituído por 18 concelhos, está em vigor desde as 00h15, tratando-se de um instrumento que nunca tinha sido acionado antes.

Esta decisão surge quando cerca das 00h30, no distrito do Porto, de acordo com o site da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), se registam 104 ocorrências, 37 das quais relativas a incêndios rurais, estando mobilizados para acorrer aos fogos 725 homens e 208 viaturas.

O distrito que surge imediatamente a seguir ao Porto em matéria de incêndios é o de Aveiro com 25 fogos ativos a mobilizar 705 operacionais e 229 viaturas.

Por volta das 06h30, mais de duzentos bombeiros combatiam um incêndio na freguesia de Roças, concelho de Arouca, encontrando-se ainda algumas casas isoladas em risco.

“Durante a noite, este incêndio obrigou os bombeiros a defender muitas habitações dispersas pela região. Este foi um dos problemas que encontrámos, pois tivemos de andar ‘a saltar’ de habitação em habitação, sendo que algumas delas sofreram danos severos“, adiantou à agência Lusa Carlos Guerra, da ANPC.

De acordo com dados divulgados no domingo, desde há quatro anos que o nível de alerta devido a incêndio não era tão elevado, sendo este reflexo de condições climatéricas adversas.

Segundo Marco Martins, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC), “esta decisão impunha-se e é inédita na região, pois os meios que existem não chegam para responder a todas as ocorrências”.

A ativação deste plano significa que será possível pedir um apoio extraordinário ao Governo, algo que já foi feito, apelando a um reforço de 300 operacionais, o que já levou a mobilizar quatro pelotões militares.

Além de mobilizar mais meios, o plano de emergência permite, se for preciso, ativar uma requisição civil que mobilize estruturas públicas ou privadas.

Dos três mil bombeiros do distrito do Porto, ontem estiveram no terreno 1.900 o que tornava impossível renovar as equipas, numa altura em que os distritos vizinhos passam por uma situação semelhante no número de fogos. Ou seja, só existem meios disponíveis mais a Sul.

Marco Martins faz questão de fazer ainda um apelo à população da região: “da avaliação que foi feita com o INEM e Ministério da Saúde, é importante que as pessoas evitem deslocar-se ou sair de casa por causa das altas temperaturas e baixa humidade no ar”.

Um apelo que se aplica não apenas aos grupos de risco, mas a todas as pessoas do distrito, pelo que as deslocações desnecessárias devem ser evitadas, muito menos para zonas perto dos incêndios.

ZAP / Lusa / Move

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