Simplesmente amar (ou abandonar) a outra pessoa, parar para reflectir, comunicação radical: são três dos cinco passos radicais necessários.
Andrea Miller tinha acabado de ter uma discussão muito feia com Sanjay, na altura namorado, hoje marido.
No meio de gritos e palavras pouco aconselháveis, ela disse-lhe: “És impossível! Eu amo-te mas não consigo continuar isto!”.
Teve uma consulta e disseram-lhe: “Andrea, ama-o. Simplesmente ama-o”. Andrea ficou surpreendida com esta sugestão simples, mas profunda.
No entanto, relata no seu portal Your Tango, percebeu o que lhe estava a ser dito: é que ela estava a perpetuar as divergências que tinha com Sanjay. Estava focada nos problemas e não nas partes positivas.
Deixou de o culpar constantemente. Percebeu que precisava de o amar como ele é e era essencial fazer tudo que fosse possível para salvar a relação.
Passou também a reconhecer que ela também erra. Acima de tudo, teve de olhar mais para si: aceitar-se inteiramente e não deixar que o medo da rejeição ou os sentimentos de vulnerabilidade a impedissem de ser uma namorada muito melhor, mais aberto e activa.
Era essencial deixar de se isolar, emocionalmente. Era essencial deixar de colocar Sanjay no 10.º lugar na lista de prioridades da sua vida. Era preciso assumir que era preciso alterar algo (ou quase tudo).
Porque nenhum dos dois se sentia amado o suficiente pelo outro.
Aceitação radical
Foi aí que surgiu uma nova abordagem na relação: a aceitação radical. Em resumo: amar completamente a outra pessoa, aceitando todas as falhas, as deficiências ou fraquezas, e amando sem julgamento, colocando a empatia e a compaixão no lugar do julgamento.
As diferenças estão lá, vão continuar a estar – mas a relação também. A aceitação radical baseia-se em aceitar os problemas dos outros, tal como os nossos; porque todos merecemos mais gentileza e ternura de nós próprios.
Mudar a outra pessoa pode ser visto como um acto de agressão; mudar a nós próprios pode ser visto como um acto de amor.
Até porque, muitas vezes, responsabilizamos a outra pessoa pelos problemas na relação – mas o problema está em nós.
Ora pense lá: como será uma pessoa quando sabe que o seu companheiro, ou companheira, a aceita totalmente como ela é?
Só alguns chegam a esse ponto. Mas há quem chegue. E Andrea acredita que quase toda a gente pode chegar lá. É preciso trabalho, coragem e resiliência emocional, mas conseguimos.
5 passos
A aceitação radical torna a pessoa mais forte e funciona (em problemas de personalidade, não em tendências abusivas). E, para isso, há 5 passos essenciais.
O primeiro é simplesmente amar a outra pessoa. Ou simplesmente deixá-la, se não der para fazer isso.
O segundo é parar. Parar para reflectir, analisar, fazer uma introspecção em relação ao que está a acontecer. Pode ser fundamental para evitar uma reacção “a quente” – e da qual nos vamos arrepender, mais tarde.
O terceiro passo é a comunicação radical. O conceito pode ser confuso mas o foco aqui é criar segurança e confiança na relação, que deve ter sempre uma comunicação eficaz.
O quarto passo está relacionado com o primeiro: amar tudo na outra pessoa. Mesmo as partes “que não se amam”. Não se pode ficar a meio, neste processo. Há amor incondicional.
O último passo é fazer da outra pessoa a sua prioridade. E que ela saiba disso.
E todas estas sugestões não se aplicam apenas a relações amorosas; entre pais e filhos, irmãos, amigos, colegas… Pode sempre funcionar.
Andreia, mais um exemplo de uma mulher que se anula para aceitar um homem. Por que razão, lemos e ouvimos, vezes sem conta, exemplos de aceitação, dos aspetos menos bons do homem por uma mulher?
Vamos continuar a eternizar a submissão feminina à masculina?