Após anos de crescimento exponencial, com consecutivos reforços dos corpos de trabalho — nomeadamente durante a pandemia —
Primeiro eram 10 mil, agora 18 mil. A Amazon acaba de rever em alta o número de despedimentos que deverá ordenar nos próximos meses, de acordo com uma nota deixada no site da empresa e com assinatura de Andy Jassy, presidente executivo. A justificação, à semelhança das dadas por outras empresas tecnológicas que iniciaram processos semelhantes, é a necessidade de diminuir custos, fruto da incerteza económica, que só tem aumentado nos últimos tempos.
Em novembro, um anúncio prévio dava conta de 10 mil despedimentos, a maioria nas áreas dos aparelhos eletrónicos e dos livros. “A avaliação deste ano foi mais difícil dada a incerteza em torno da economia e pelo facto de termos contratado de forma rápida nos últimos anos”, explicou Jassy, numa referência ao período pandémico, quando a Amazon se reforçou para dar vazão ao número crescente de encomendas recebido. “Entre as dispensas que fizemos em novembro e as que estamos hoje a partilhar, o nosso plano é de eliminar pouco mais de 18 mil postos.
O responsável lamentou a decisão, assegurando que os profissionais dispensados terão indemnizações, um período adicional em que beneficiarão de seguro de saúde, assim como apoio na colocação noutro posto de trabalho.
A Amazon está longe de ser caso único no setor das tecnológicas, com várias empresas a optarem pelos despedimentos, um caminho inverso ao seguido nos últimos anos, marcado por crescimentos exponenciais. Recentemente, foi a vez da Salesforce anunciar o despedimento de 10% do total de trabalhadores. Também no ano passado, a Meta, empresa-mãe do Facebook e do Instagram, deu a conhecer os planos de despedir 11 mil funcionários.
Também a Netflix, atualmente a lutar pela recuperação de receitas após uma queda abrupta no número de subscrições, enveredou pela via dos despedimentos em 2022.
A estratégia, ainda que concentrada num setor de atividade, dificilmente pode ser ignorada ou não interpretada como um sinal claro do que os próximos meses podem trazer: recessões económicas para os principais blocos económicos, onde a contração do mercado de trabalho será uma inevitabilidade, com o aumento das taxas de desemprego.