Após a absolvição, José Silvano afirma que caso das presenças-fantasma foi usado para prejudicar o PSD nas eleições

PSD / Flickr

José Silvano, secretário-geral do PSD

O secretário-geral do PSD agradeceu também a Rui Rio por não o ter afastado do cargo devido à polémica, que teceu críticas ao Ministério Público no Twitter.

Depois de ter sido absolvido no caso das presenças-fantasma no parlamento, José Silvano saiu agora ao ataque, insinuando que o caso foi usado para prejudicar o PSD nas eleições devido à “coincidência” entre a acusação e o calendário das diretas internas e das legislativas.

“O tribunal absolveu-me de uma condenação que eu sempre neguei e que foi feita na praça pública durante 3 anos e meio. Cada vez que havia uma manifestação eleitoral, interna ou externa, lá vinha o caso das falsas presenças, que foi aproveitado durante 3 anos e meio para prejudicar a imagem do secretário-geral do PSD mas também do próprio PSD”, revelou aos jornalistas na sede nacional do partido.

José Silvano agradeceu ainda a Rui Rio por não ter “cedido” à pressão da opinião pública o afastar do cargo e o ter segurado “contra tudo e contra todos”. “Este processo começou comigo secretário-geral e termina comigo ainda secretário-geral. Se fosse outro líder tenho dúvidas de que acabasse assim. Ele sabia que a verdade era a que eu transmitia e não a que a opinião pública transmitia”, lembrou.

Em causa estava uma acusação de crime informático contra Silvano e a deputada social-democrata Maria Emília Cerqueira, que entrou na conta do vice do PSD no plenário em 2018, marcando assim a presença do deputado quando este estava ausente. A marcação da presença também poderia significar que Silvano receberia o subsídio de deslocação.

“Nunca mandei registar a minha presença e que não recebi qualquer tostão pelas presenças na Assembleia da República”, reiterou Silvano, que deixou críticas aos “comentadores” que deviam “pedir desculpa pelas coisas que insinuavam”.

O secretário-geral do PSD acredita que não há “coincidências” e realça que a acusação foi feita na proximidade de eleições diretas no partido e que a última acusação feita pelo MP” deu-se nos “10 dias de campanha eleitoral”. O deputado lamentou ainda que a sua absolvição só tenha sido decidida já depois das eleições.

Silvano acredita ainda que foi alguém dentro do partido que denunciou o caso. “Tenho 80% de certeza de quem foi e foi do meu partido, nas imagens que vi. Consultei todas as provas, tenho a minha ideia, mas não tenho a certeza. Quem não tem certezas não pode acusar ninguém”, afirma.

No Twitter, Rui Rio também reagiu à absolvição de José Silvano e Maria Emília Cerqueira, e atirou farpas ao Ministério Público, recordando que o seu anterior secretário-geral, Feliciano Barreiras Duarte, também foi absolvido das suspeitas de ter um currículo falsificado.

“Tive dois Secretários Gerais. Ambos foram condenados na praça pública e absolvidos em tribunal. Ambos viram os seus processos de lana-caprina arrastados três anos para gáudio de políticos e comentadores. Entre acreditar neles ou no Ministério Público, acreditei neles. Obviamente!”, escreveu Rio.

Adriana Peixoto, ZAP //

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