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A Xwing está a estudar um avião que voa sozinho (e pode estar para breve)

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A Xwing está a testar um avião que não precisa de piloto para voar, apenas é controlado a partir do solo. Viajar sem tripulação pode ser uma realidade adaptada a voos comerciais, e mais depressa do que se pensa.

A aeronave assemelha-se mais a um kart do que propriamente a um avião de passageiros. Maxime Gariel, diretor de tecnologia da Xwing, garante que o principal objetivo deste avião é “ser monótono, pois a última coisa que se deseja numa viagem aérea sem piloto é emoção”.

A automação não é uma novidade no que toca a viagens aéreas. Normalmente, a relação do piloto com o avião termina após a descolagem – revela a Ars Technica.

Contudo, Marc Piette, CEO da Xwing, explica que os recursos dos aviões comerciais estão muito longe de se livrarem do piloto, uma vez que existem aspetos do voo que ainda não são automatizados — como manobrar as pistas de aterragem ou executar a descolagem. Mesmo quando são controlados através de indicações terrestres, os aviões requerem da presença do piloto na cabine.

Na visão dos tecnológicos, os pilotos podem ser substituídos por controladores que deverão estar a supervisionar o avião através do solo. O objetivo é automatizar todas as tarefas de um piloto ao máximo, mantendo apenas a “mão humana” na superfície terrestre. Assim, em vez de o piloto estar presente num voo por dia, pode controlar muitos voos no solo. A ideia é simples: mais aviões, menos pilotos.

Piette diz que o maior desafio de retirar os pilotos da cabine, é a questão da contingência.  E se o operador que está em solo perder o contacto, o avião pode voar sozinho? A questão ainda está a ser estudada, pois antes de se tornar num avião comercial, deve reunir todas as condições de segurança.

O CEO da Xwing explica que esta ideia é uma maneira inteligente de começar a automatizar aeronaves maiores, e mais tradicionais. O novo avião deverá ter capacidade para assumir uma nova forma de voar. A aeronave tem todos os acessórios e mais alguns, com destaque para sensores ligados às asas para identificar a pista de aterragem, câmaras visuais, e ainda um radar para detetar a presença de outros aviões.

O plano para os próximos meses é comprar alguns aviões Cessna mais antigos, e equipa-los com estas caraterísticas para testar o funcionamento. O objetivo é melhorar o software, e provar que os sistemas de automação funcionam com milhares de horas de voo.

Para já, tudo não passa de ideias. Contudo, a Federal Aviation Administration (FAA), regulador da aviação nos EUA, tem dado o seu contributo, colaborando com as empresas aeroespaciais para enfrentar os desafios técnicos de um possível voo não tripulado.

Steve Calandrillo, professor de direito da Universidade de Washington, mostra-se cético em relação a estes avanços. “Não acredito que a FAA coloque a segurança em causa, em nome da inovação. Há mais de dez anos que mostram interesse em sistemas aéreos não tripulados, mas até agora ainda não avançaram para essa realidade”.

O sonho de Piette provavelmente terá de esperar. Cathy Cahill, diretora do Centro de Integração de Sistemas de Aeronaves Não Tripulados da Universidade do Alasca, acredita que  “o próximo passo pode demorar. Talvez aconteça nos próximos 5 a 10 anos”.

ZAP //

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