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A vida detestável e depravada de Ibrahim, o Louco — o pior sultão do Império Otomano

Sanatçı: Anonim / Wikipedia

Sultão otomano Ibrahim I, o Louco

Ibrahim I, o Louco, ficou conhecido pelo seu comportamento depravado e sádico — que incluiu o assassinato de todo o seu harém.

O Sultão Ibrahim I, infamemente conhecido como “o Louco”, é frequentemente citado como um dos mais deploráveis governantes do Império Otomano.

O seu reinado, de 1640 a 1648, foi preenchido com atos de depravação, incluindo o chocante assassinato de todo o seu harém e a sua péssima gestão — que levou a perdas territoriais significativas e esgotou a riqueza do império.

Nascido na brutal realidade das práticas sucessórias otomanas, Ibrahim passou duas décadas em confinamento isolado no kafes do palácio imperial, a “gaiola” onde era mantida a tradição de poupar a vida dos potenciais herdeiros ao trono, aprisionando-os — uma evolução em relação à prática anterior de fratricídio.

Esta infância dura marcou inevitavelmente o futuro governante, deixando-o profundamente traumatizado e paranóico. Quando finalmente fo,i libertado e informado de que seria o novo Sultão, pensou inicialmente  que era uma conspiração para o assassinar.

Uma vez no poder, conta o Big Think, o seu governo foi marcado por tolices e terror. Ibrahim esbanjou o tesouro do império com caprichos dispendiosos, envolveu-se numa guerra fútil com Veneza e sofreu perdas territoriais para o Irão, Rússia e os Habsburgos.

O seu comportamento sádico escalou ao ponto de ter organizado o infame afogamento de todo o seu harém no Estreito do Bósforo, devido a uma suspeita infundada de infidelidade.

A insanidade de Ibrahim não ficou por aí; entregou-se a orgias grotescas, exibiu uma obsessão por casacos de pele de marta, e adornava a barba com joias. Dizia-se que o seu uso excessivo de perfume de âmbar tinha efeitos intoxicantes, adicionando ainda mais ao ambiente caótico da sua corte.

O reinado do Sultão tomou um rumo decisivo para pior depois de ter exigido a filha do Grande Mufti em casamento. Após a recusa desta, Ibrahim sequestrou-a e agrediu-a — um ato que indignou as autoridades do império.

A opinião pública (que já havia, apesar de não se manifestar na Internet) e das elites considerou que Ibrahim tinha ido longe demais. Este evento levou à sua deposição pelos líderes civis, militares e religiosos unidos, incluindo o Grande Mufti.

O reinado de terror de  Ibrahim foi então sancionado, tendo terminado com a sua execução por estrangulamento.

Após a sua morte, a legitimidade dos relatos da sua má conduta foi posta em causa, tendo algumas vozes sugerido que podem ter sido exagerados para justificar a sua deposição.

Mas mesmo que se diluam um pouco as crónicas e consideremos que quem conta um conto acrescenta um ponto (ou dois), resta para a História um líder fraco, vão, violento e ineficaz — um dos governantes mais terríveis da história, numa altura em que o Império Otomano necessitava precisamente do oposto.

ZAP //

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