A ciência (e o karaoke) explicam finalmente a verdadeira razão por que coramos

Uma equipa de cientistas revelou uma nova perspetiva sobre o rubor, a resposta imunitária que pode ser agonizante e desconcertante para quem lida frequentemente com a situação.

O ser humano é o único animal que cora, muito provavelmente fruto da sua racionalidade. Esta situação parece ocorrer quando alguém está envergonhado, assustado ou pouco à vontade com uma situação.

Um novo estudo, publicado esta quarta-feira na Proceedings of the Royal Society B, sugere que o principal fator que desencadeia o rubor pode ser um maior sentido de autoconsciência e não a preocupação com a opinião dos outros.

Segundo o ZME Science, os investigadores recrutaram 40 adolescentes do género feminino e jovens de 20 anos para participarem no estudo.

De modo a induzir o rubor, os investigadores pediram aos participantes que vissem imagens de si próprios a cantar karaoke, enquanto estavam deitados numa máquina de ressonância magnética.

De seguida, disseram-lhes que um público iria assistir à atuação de karaoke ao lado deles, numa sala diferente. Também foram apresentadas gravações de outros participantes, incluindo a de um cantor profissional disfarçado de um dos participantes.

Os investigadores descobriram que as bochechas dos participantes ficavam mais quentes quando se observavam a si próprios em comparação com os outros. No entanto, as regiões envolvidas na mentalização, a consideração dos pensamentos e comportamentos próprios ou alheios, estavam visivelmente ausentes.

Além disso, os exames de ressonância magnética funcional revelaram que o rubor aumentava a atividade no cerebelo e em áreas cerebrais responsáveis pelo processamento visual.

“Com base neste estudo, concluímos que pensar no que os outros penasm pode não ser necessário para que o rubor ocorra”, conclui o primeiro autor do estudo, Milica Nikolić.

Os resultados deste estudo devem ser analisados com cautela. Os padrões de atividade cerebral relacionados com processos mentais mais complexos não são totalmente distintos e a amostra pequena e homogénea do estudo limita a sua generalização, pelo que é necessária uma investigação mais aprofundada.

Soraia Ferreira, ZAP //

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