Há cada vez mais droga no centro histórico da cidade do Porto. É um problema que preocupa moradores, turistas e empresários – que não está a ser resolvido (“nem entendido”) pelo poder político.
O consumo de droga nas ruas do Porto, “à frente de toda a gente”, está a assustar os turistas e os moradores da Baixa.
Por sua vez, os toxicodependentes queixam-se de falta de respostas. Dizem que são “tratados como lixo”.
A nova lei sobre posse de droga entra em vigor, este domingo, dia 1 de outubro.
O objetivo é começar a penalizar apenas quem trafica e não quem consome. Será um passo seguro?
Turistas e empresários alarmados
Em muitos locais da cidade do Porto, o consumo na via pública, à luz do dia, é uma realidade cada vez mais comum – e que tende a piorar.
À Rádio Renascença (RR), Leonel Ribeiro, empresário de alojamento local na zona da Sé, fala de “filas para comprar droga” e queixa-se que “as pessoas não têm problema nenhum em estarem ali a injetar-se à frente de toda a gente”.
“Tenho clientes que, quando chegam ao local e veem pessoas a consumir ali mesmo à porta do prédio, preferem ir embora e procurar outro alojamento local, por vezes às 22 horas. Ali é que não querem ficar”, relatou.
“Infelizmente, temos muitas críticas de pessoas que dizem que a cidade é bonita, que os apartamentos são ótimos, mas que há muita droga e muita insegurança“, acrescentou.
Dado este cenário, contou o empresário, os sistemas de reservas já nem estão a permitir que crianças fiquem ali alojadas.
À RR, Nuno Cruz, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto afirma que a situação está a agravar-se cada vez mais (e pior do que nos ‘tempos áureos da droga’).
“Eu sou desta zona da cidade e lembro-me do tempo em que era criança e vi o problema da droga instalar-se aqui, nas décadas de 1970 e 80, quando era novidade. Vi muita gente a desgraçar-se. Mas, infelizmente, 40 anos depois, parece que estamos pior“, lamentou.
“Somos os restos mortais da sociedade”
“Há algo que se passa na nossa vida que faz com que procuremos qualquer coisa para nos refugiarmos. Perante a sociedade, somos uns meros ressacas, um lixo, os restos mortais”, disse, à Renascença, uma toxicodependente anónima.
Cláudia Ribeiro, fundadora de uma associação de voluntários que faz intervenção junto da população toxicodependente nos bairros problemáticos do Porto, diz que o grande responsável por deste cenário são as respostas “demasiado estereotipadas e pensadas para os utentes perfeitos… e as pessoas não são perfeitas”.
A criadora da ‘Trata-me por Tu’ confessa perceber que a presença de consumidores incomode; mas alertou que há que “perceber o lado de quem consome, falta perceber o lado das respostas que não existem”, culpando o poder político, “que só está a ajudar a denegrir mais esta situação”.
Além disso, “a sociedade não está preparada para lidar com este problema Normalmente, as pessoas dizem ‘eles não querem nada, não querem ajuda de ninguém’. Não é verdade. Eles cumprem, mas precisam de ser motivados“, considerou a voluntária.
Cláudia Ribeiro referiu ainda que os toxicodependentes precisam de sentir que são dignos de receber qualquer tipo de ajuda.
Entre 2002 e 2013 o Presidente Rui Rio preveniu e controlou o tráfico/consumo de droga na Cidade do Porto, por tanto não se compreende porquê que o bom trabalho desenvolvido pela sua Governação Autárquica não foi continuado por parte do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto», muito pelo contrário, as más políticas praticadas por este Executivo agravaram a situação para níveis iguais ou piores aos do período compreendido entre 1989 e 2001, o que leva a questionar qual é o compromisso do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» com o tráfico/consumo de droga.
É também importante perceber qual o relacionamento entre o esquema ilegal e criminoso conhecido como “alojamento local” com o tráfico/consumo de droga, os drogados desempenham um papel importante no controlo das ruas e perseguição dos Portuenses – que não podem reagir – por forma a que esses cartéis com a conivência do Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» se apoderem da Cidade.
Sobre as declarações do dr. Nuno Cruz onde afirma «…Eu sou desta zona da cidade e lembro-me do tempo em que era criança e vi o problema da droga instalar-se aqui, nas décadas de 1970 e 80…», para além de vagas, não correspondem à verdade, de facto o tráfico/consumo de droga sempre existiu depois do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974 na Cidade do Porto, mas instalou-se definitivamente no período de 1989 a 2001.
O segundo parágrafo do comentário do Figueiredo é simplesmente alucinado.
Ora aqui está um inesperada solução para a subida do preço das rendas.
A cidade do Porto mete medo e não é só a zona velha da cidade.
Outras cidades também têm problemas parecidos.
A degeneração da sociedade é um dado adquirido.
Uma vergonha a cidade de Porto, turismo sem controlo, só obras, tudo a degradar-se , um esgoto a céu aberto….