A Terra tem um vulcão bebé. Está a pintar a Islândia com lava incandescente

ZAP // Robin George Andrews / Twitter

O mais recente vulcão do planeta Terra nasceu através de uma fissura vulcânica que se abriu na península de Reykjanes, na Islândia. Desde então, temos assistido a um autêntico espetáculo de lava e fogo que está a pintar a Islândia de incandescente.

É o terceiro ano consecutivo em que o campo de lava subjacente de Fagradalsfjall entra em erupção.

Após vários dias de atividade sísmica, a erupção aconteceu no dia 10 de Julho e marcou o nascimento do mais recente vulcão da Terra.

Os cientistas registaram mais de 7 000 terramotos desde o dia 4 de Julho, por entre os quais o maior, com uma magnitude de 4,8 na escala de Ritcher, de acordo com o comunicado do Icelandic Met Office.

“Olhem para este bebé islandês”, disse Robin George Andrews, vulcanólogo e escritor de ciência, num post no Twitter. “Esta é a camada de tinta mais recente da Terra: rocha derretida incandescente a ser lançada para o céu a partir de uma nova fissura que se abriu no solo”.

A lava continua a escoar através de uma fissura com cerca 2,7 quilómetros de extensão, escorrendo para um vale a sudeste que poderá transbordar em breve. A área circundante está desabitada e a erupção não representa uma ameaça à infraestrutura, de acordo com o comunicado oficial.

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Se o fluxo de lava continuar a serpentear para sul, poderá atingir o vale de Merardalir, onde ocorreu a última erupção vulcânica na Islândia, no dia 3 de Agosto de 2022.

No mesmo ano, uma outra erupção violenta quebrou um período de silencia que já contava com 870 anos, no sistema vulcânico de Krýsuvík-Trölladyngja, na península de Reykjnes.

Os cientistas detetaram os primeiros sinais da última erupção no passado mês de Abril, através de um sublime sinal geológico – um leve afundamento de solo, potencialmente causado pelo influxo de magma.

Os terramotos que se seguiram, semelhantes aos registados em 2021 e 2022, alertaram os investigadores para uma erupção que poderia estar iminente.

A monitorização posterior revelou que uma camada vertical de magma, conhecida como intrusão magmática, estavas prestes a chegar à superfície entre as montanhas Keilir e Litli-Hrútur. Em 2022, o mesmo fenómeno culminou numa erupção cinco dias depois.

Uma intrusão magmática, também conhecida como plutonismo, é um processo geológico em que o magma é injetado na crosta terrestre, levando à intrusão de rocha ígnea.

Ocorre quando o magma, composto por rocha derretida e gases, é forçado a subir através de fissuras da crosta terreste. O magma em ascenção acaba por solidificar antes de chegar à superfície, formando assim uma intrusão magmática.

No dia 7 de Julho, poucos dias antes da erupção, uma equipa de vulcanólogos calculou a quantidade de magma que estava prestes a emergir à superfície.

Os cálculos estimam que cerca de 12 milhões de metros cúbicos de magma, um volume suficiente para encher 5000 piscinas olímpicas e similar ao volume da erupção de 2022, poderia ser expulso para a superfície a qualquer momento.

A intrusão magmática continuou a expandir-se e a subir lentamente até ao meio da tarde de segunda-feira, altura em que finalmente irrompeu a superfície e deu início a mais uma estupenda erupção vulcânica.

Desde então, a erupção tem vindo a diminuir de intensidade, registando jatos de lava cada vez menores. A atividade sísmica tem também vindo a diminuir gradualmente.

Os cientistas continuam de olho no vulcão mais recente da Terra e alertam que as condições podem mudar rapidamente. “A lava pode causar incêndios florestais na área e reduzir significativamente a qualidade do ar”, explicam em comunicado.

Patrícia Carvalho, ZAP //

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