A tectónica de placas pode ser a fronteira que faltava na busca por vida alienígena

A tectónica de placas parece ser crucial para a vida na Terra. Mas será que também o é noutros mundos?

A Terra é o único planeta conhecido com tectónica de placas, um processo que remodela continuamente a crosta terrestre, regula o clima e sustenta a habitabilidade do planeta há milhares de milhões de anos.

Este mecanismo, que envolve a movimentação das placas tectónicas sobre o manto terrestre, é crucial para processos como a reciclagem de nutrientes, a formação de montanhas e a manutenção de água líquida através do ciclo carbonato-silicato, regulando os níveis de dióxido de carbono e a temperatura global.

Sem a tectónica, o clima da Terra poderia ter-se tornado inabitável e os oceanos poderiam ter perdido os nutrientes essenciais para a vida.

Embora seja difícil determinar se a tectónica de placas é, de facto, indispensável para a vida, acredita-se que este processo tenha facilitado o seu desenvolvimento na Terra.

E noutros planetas?

Até ao momento, não há evidências de tectónica de placas em nenhum outro planeta, nem dentro nem fora do sistema solar.

No entanto, graças ao Telescópio Espacial James Webb (JWST), os cientistas começam a explorar a geologia de exoplanetas, na esperança de encontrar sinais deste processo noutras partes do cosmos.

O exoplaneta LHS 3844 b, situado a 49 anos-luz de distância, por exemplo, é um sério candidato a ter formas de tectónica extraterrestre.

Como escreve a New Scientist, este mundo rochoso apresenta temperaturas extremas entre os seus hemisférios diurno e noturno, o que pode impulsionar um tipo de tectónica hemisférica, caracterizada pelo afloramento de material quente num lado e o afundamento de material frio no outro.

Embora esta forma de tectónica seja mais desequilibrada do que a da Terra, poderia representar uma versão inicial ou alternativa deste processo.

Além disso, padrões específicos de vulcanismo podem fornecer pistas sobre a tectónica de placas em exoplanetas. Na Terra, os vulcões surgem frequentemente nas margens das placas. Diferenças na atividade vulcânica poderiam indicar processos tectónicos semelhantes noutros mundos.

Os cientistastambém  procuram sinais de gases vulcânicos, como o dióxido de enxofre, que podem ser detetados em atmosferas de exoplanetas.

Outro método envolve a análise direta das superfícies planetárias.

O LHS 3844 b, por exemplo, pode revelar a presença de basalto ou regolito, o que ajudaria a compreender a idade e a atividade geológica do planeta.

Este tipo de investigações pode ser a última fronteira na busca por habitabilidade noutros mundos.

Mas, além de lançar luzes sobre a origem da vida e possíveis vidas alienígenas, descobrir estes processos em exoplanetas também pode ajudar a compreender a origem da vida na Terra, bem como a sua habitabilidade.

ZAP //

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