A Rússia declara o Templo Satânico indesejável

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The Satanic Temple

Estátua do Templo Satânico em Detroit

O Gabinete do Procurador-Geral da Rússia declarou as atividades do Templo Satânico, uma organização internacional registada nos EUA, “indesejáveis”.

O Templo Satânico, uma organização não-teísta e novo movimento religioso, fundado em 2013 e com sede em Salem, no Massachusetts, foi declarado “indesejável” pela Procuradoria-Geral da Rússia.

Numa declaração publicada no seu site, o Gabinete do Procurador afirma que os membros da organização “promovem ideologias ocultistas” e “utilizam símbolos satânicos para desacreditar os valores espirituais e morais tradicionais”.

Segundo o Meduza, a procuradoria russa alega ainda que o Templo Satânico, com o apoio do governo dos EUA, “defende ideias pseudo-teológicas destrutivas e justifica a violência contra as pessoas”.

O grupo é também acusado de “apoiar ativamente membros de movimentos extremistas e terroristas“, de falar “negativamente” sobre a guerra, de “apelar ao derrube da ordem constitucional da Rússia” e de publicar no seu site informações sobre doações às Forças Armadas da Ucrânia.

Fundado por graduados da Universidade de Harvard, o Templo Satânico descreve no seu site os sete princípios fundamentais segundo os quais se rege, que enfatizam a compaixão, a justiça e o respeito pelas liberdades dos outros.

O grupo descreve a sua missão como “encorajar a benevolência e a empatia, rejeitar a autoridade tirânica, defender o senso comum prático, opor-se à injustiça e empreender objetivos nobres“.

A organização, que segundo o Gabinete do Procurador-Geral da Rússia tem mais de 10 milhões de seguidores em todo o mundo, tem secções nos Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Canadá e Finlândia.

A organização tem-se distinguido nos últimos anos pela defesa intransigente dos direitos reprodutivos das mulheres e da comunidade LGBT+. Como instituição religiosa reconhecida, consegue proteger as liberdades civis dos seguidores de formas que um grupo de ativistas não poderia, explica o jornalista Tim Brinkhof,.

Em 2015, a organização processou o Estado do Missouri, argumentando que as suas leis rigorosas sobre o aborto violavam as convicções religiosas dos seus membros. Desde então, casos semelhantes foram levados aos tribunais do Texas, Idaho, e Indiana, entre outros.

No mesmo ano, o Templo Satânico causou controvérsia após anunciar a intenção de instalar uma estátua de bronze com 2,7 metros de um ser hermafrodita alado, conhecido como Baphomet (ou Bafomé), em frente ao monumento dos Dez Mandamentos, no exterior do edifício do Capitólio em Oklahoma City.

O nome Baphomet remonta à Inquisição e aos Cavaleiros Templários, que no século 12 chegaram a ser torturados por supostamente terem confessado a adoração a um ídolo pagão chamado Baphomet.

Alguns historiadores acreditam que “Baphomet” seria simplesmente uma derivação do nome “Muhammad”, o profeta fundador do Islão.

ZAP //

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