Disponibilidade de fósforo e potássio atenua efeito da seca nas florestas tropicais

ZAP // Dall-E-2

As florestas tropicais são ecossistemas produtivos, sendo responsáveis por quase metade do escoamento global de carbono florestal.

Nos últimos anos, tem-se verificado que estas florestas estão cada vez mais limitadas em relação a nutrientes, o que pode afetar a sua resistência às secas sazonais e a taxa de remoção do dióxido de carbono da atmosfera.

Num novo estudo, publicado recentemente no Nature Geoscience, os investigadores investigaram a forma como os nutrientes controlam a produção de folhagem no solo da floresta.

Segundo o Phys.org, os autores do estudo conduziram, na floresta de Budongo, na Uganda, a primeira experiência em larga escala de administração de azoto, fósforo e potássio a uma população florestal.

A investigação mostrou que o aumento da disponibilidade de certos nutrientes pode potencialmente sustentar a produtividade destas florestas, mesmo em condições de seca intensa.

As folhas das plantas removem da atmosfera o dióxido de carbono produzido pelo homem, através da fotossíntese. O processo leva à absorção de carbono pelos troncos ou folhas das plantas.

Se um período de seca persistir por um longo período de tempo, as plantas morrem. Por sua vez, para as árvores com baixo potássio, o aumento deste nutriente durante o período mais seco atrasa em quatro semanas o momento em que a maioria das folhas se perde.

“A baixa disponibilidade de potássio e fósforo pode tornar este ecossistema vital da floresta tropical mais vulnerável à seca e a uma cada vez menos eficaz absorção de carbono”, afirma o primeiro autor do estudo, Raphael Manu.

Em condições de seca, o potássio ajuda as plantas a regular os poros da epiderme e o fósforo desempenha um papel importante na conservação da água no interior da planta.

“É a primeira vez que relacionamos experimentalmente a disponibilidade de nutrientes no solo com a resposta sazonal à seca das florestas tropicais”, conclui o autor principal do estudo, Edzo Veldkamp.

Soraia Ferreira, ZAP //

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