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A morte de um animal de estimação pode literalmente partir-nos o coração

Joanie Simpson mostrava os sintomas clássicos de um ataque cardíaco quando entrou nas urgências de um hospital em Houston, nos EUA. Mas os exames  revelaram algo muito diferente. Clinicamente, ela tinha o coração partido.

Cardiomiopatia de Takotsubo (TCM) é o nome de um síndrome cardíaco transitório em que o enfraquecimento do ventrículo esquerdo do coração – responsável pelo bombeamento de sangue – provoca sintomas de um ataque cardíaco.

Geralmente, o síndrome acontece após um evento emocional, característica que lhe valeu o nome de síndrome do coração partido. E Joanie Simpson estava, de facto, de coração partido após a morte recente do seu animal de estimação, uma Yorkshire Terrier, chamada Meha.

A experiência de Joanie, ocorrida em 2016 foi descrita esta semana no New England Journal of Medicine. Segundo um dos seus médicos, Abhishek Maiti, o caso de Joanie Simpson é “muito conciso e elegante” por retratar uma “condição fascinante, bastante real e por vezes fatal”.

Embora não seja o primeiro caso conhecido que associa a síndrome do coração partido ao stresse sentido após a morte de um animal de estimação, este caso torna evidente que o sofrimento pela doença ou morte de um animal pode ser tão destrutivo como a morte de um ser humano.

Um conjunto de pesquisas apoia esta abordagem, confirmada num estudo recente segundo o qual os animais de estimação estão intimamente ligados à saúde e à felicidade dos seus donos. O estudo revela ainda que os proprietários de animais com doenças crónicas têm níveis mais elevados de ansiedade e stresse.

(dr) Joanie Simpson

Meha, a simpática Yorkshire Terrier que partiu o coração a Joanie Simpson

“As crianças cresceram e saíram de casa. Ela era a nossa pequena”, disse Joanie. Em maio de 2016, a cadela ficou de tal forma doente que a dona tomou a decisão de a abater. Quando o dia chegou, a Yorkshire parecia bem, pelo que Joanie mudou de ideias. No entanto, Meha acabou por morrer no dia seguinte. “Foi horrível ter visto“, disse.

Nesta fase da vida, Joanie Simpson passava por momentos difíceis e de muita ansiedade. Quando os medicamentos finalmente a estabilizaram, os médicos revelaram o seu diagnóstico: o síndrome de coração partido. “Fez todo o sentido”, afirmou a paciente.

Mesmo tendo sido um momento traumático e doloroso, Simpson diz que vai continuar a ter animais de estimação. “Eles dão tanto amor e companheirismo… não é isto que me vai impedir de os ter”, conclui Joanie Simpson.

 

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