A injeção de botox na testa pode alterar a forma como o cérebro processa as emoções

Wikimedia/D. Schwarzburg

Procedimento de injeção de Botox

Acredita-se que esta tese começou com Charles Darwin quando dissertou sobre as origens das emoções.

Uma investigação recente sobre o impacto das injeções de botox na testa concluiu que este procedimento pode modificar a forma como o cérebro interpreta e processa as emoções das outras pessoas. Isto significa que as capacidade dos indivíduos de entender a expressão de emoções fica temporariamente afetada devido a disrupções na resposta neuromuscular.

À luz da hipótese do feedback facial, quando vemos uma expressão zangada ou feliz no rosto de outra pessoa, flexionamos ou contraímos os músculos do nosso próprio rosto a fim de reproduzir a expressão. Este é um processo que decorre de forma inconsciente. Como os nossos músculos faciais imitam o sorriso ou a carranca de outra pessoa, são enviados sinais ao nosso cérebro para nos ajudar a interpretá-los.

Pensa-se que isto não só ajuda na nossa capacidade de identificar os estados emocionais de outras pessoas, mas também de experimentá-los nós próprios, destaca o IFL Science.

Acredita-se que esta tese começou com Charles Darwin quando dissertou sobre as origens das emoções. Darwin sugeriu que a expressão ou repressão das emoções no rosto de alguém afetaria diretamente a experiência da referida emoção.

Para alguns, isto levou à ideia de que as emoções são expressas de forma universal em toda a raça humana, embora tal ponto de vista tenha sido calorosamente debatido. No entanto, segundo a hipótese de feedback facial existe uma ligação entre a memória muscular no rosto e o processamento das emoções no cérebro.

Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, Irvine, publicou um estudo que indice a hipótese de feedback utilizando injeções de botox num grupo de 10 participantes do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 33 e os 40 anos. Os investigadores Injetaram as mulheres para induzir uma paralisia temporária no músculo glabelar (responsável pelo franzir do rosto) e depois mediram a sua atividade cerebral enquanto observavam imagens de rostos emocionais.

Durante as sessões de ressonância magnética funcional (fMRI) – uma antes das suas injecções e uma duas semanas após o procedimento – foram mostradas aos participantes fotos de rostos felizes e tristes, juntamente com expressões neutras.

Os investigadores descobriram que a atividade na amígdala, o centro do cérebro humano responsável pelo processamento emocional, mostrava sinais de mudança ao ver rostos felizes e zangados após as injeções de botox. Também observaram alterações no giro fusiforme, parte do córtex temporal inferior que ajuda no reconhecimento do objecto e do rosto, quando os participantes viram expressões felizes.

Como tal, resultados mostram que a prevenção do franzir o sobrolho através das injeções de Botox inibe a forma como o cérebro processa rostos emocionais. O botox paralisa o movimento muscular, o que parece perturbar a modulação da atividade entre o rosto, a amígdala e o giro fusiforme.

ZAP //

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