José Sena Goulão/Lusa
André Ventura acusou a Iniciativa liberal (IL) de ser um partido amaricado – isto depois do deputado Carlos Guimarães Pinto ter dito que, num Estado de direito, não devemos aceitar que pessoas inocentes sejam imobilizadas pela polícia.
A operação policial no Martim Moniz, na semana passada, tem dado pano para mangas na esfera política portuguesa. Os partidos à esquerda foram os primeiros a condenar os moldes da rusga que encostou dezenas de pessoas inocentes à parede, na rua do Benformoso. Mas, também à direita, a Iniciativa Liberal desaprovou a atuação da polícia, nesta operação.
Em declarações à CNN, esta quinta-feira, o deputado da IL Carlos Guimarães Pinto admitiu ter “um problema de princípio com rusgas onde pessoas inocentes ou sobre pessoas onde não recai nenhuma suspeita sejam imobilizadas. E é um princípio que se aplica a esta rusga, como se aplica a outra qualquer”.
“Estas rusgas em que se imobilizam pessoas sobre as quais não existem suspeitas acontecem com alguma frequência”, disse o liberal, apontando que estas operações também aconteciam em governações socialistas. “Será que devemos aceitar que num estado de direito isto aconteça com frequência?”, acrescentou.
Reagindo às palavras de Carlos Guimarães Pinto, André Ventura, numa publicação nas redes sociais, este sábado, disse que “a IL é um partido de maricas“.
“Estes liberais estão sempre contra a polícia, sempre contra estas rugas… sabem porquê? Porque isto é um partido completamente amaricado. Vive no Príncipe Real, à volta dos luxos e da riqueza e não percebem o que se passa nas ruas, mas as pessoas sentem os roubos, as agressões…”, considerou Ventura,
“Depois fazem estes tweets maricas, a dizer que têm problemas com isto, porque as pessoas têm rusgas e são imobilizadas… ouçam: Iniciativa Liberal é igual a partido de maricas, e a direita tem de saber isso e não se pode esquecer, que é para não darem o voto a este partido de maricas”, sublinhou o líder do Chega.
Há tiroteios com mortos à porta de centros comerciais, tráfico de droga à luz do dia, mas a Iniciativa Liberal está é muito preocupada com as ações excessivas da polícia!!! Partidozinho da treta. #SomosAlternativa pic.twitter.com/cBU8kzgJoo
— André Ventura (@AndreCVentura) December 28, 2024
“Há tiroteios com mortos à porta de centros comerciais, tráfico de droga à luz do dia, mas a Iniciativa Liberal está é muito preocupada com as ações excessivas da polícia!!! Partidozinho da treta”, escreveu André Ventura, no X, numa alusão ao tiroteio de Viseu, ao final do dia desta sexta-feira.
Debate urgente sobre segurança
Também este sábado, o líder do Chega anunciou que o partido vai agendar um debate no parlamento sobre a segurança em Portugal.
Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, André Ventura abordou concretamente o tiroteio desta sexta-feira num centro comercial em Viseu – que fez um morto e dois feridos ligeiros – para alegar que os portugueses estão a viver um “dia-a-dia de violência”.
“Decidimos, por isso, convocar a Assembleia da República para um debate de urgência na terça-feira, dia 7 [de janeiro], sobre o estado da segurança em Portugal. Após os eventos ocorridos ontem [sexta-feira], o parlamento tem de tomar decisões sobre o que quer fazer”, disse.
Ventura afirmou que o objetivo do debate é procurar chegar a consensos para criar um “pacote contra a insegurança, aprovado no parlamento e em vigor em todo o território nacional” que vise “combater as armas ilegais, aumentar penas para crimes relacionados com o crime organizado, com o tráfico de droga, de seres humanos e a criação de redes de prostituição”.
Além deste agendamento potestativo, André Ventura afirmou também que escreveu ao Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa para lhe pedir que convoque uma reunião do Conselho de Estado sobre a mesma temática.
O líder do Chega reconheceu que, segundo a lei, só o Presidente da República é que pode convocar reuniões do Conselho de Estado, mas afirmou ter tomado a iniciativa de lhe escrever por considerar que Marcelo Rebelo de Sousa precisa de “ter uma palavra sobre o estado da insegurança em Portugal”.
“É tempo de o mais alto magistrado da Nação, que noutros momentos falou sobre tudo e mais alguma coisa, tenha a coragem, mesmo que não seja politicamente correto, de dizer aos portugueses que vivemos tempos de insegurança e que tudo fará para combater essa insegurança”, afirmou.
ZAP // Lusa
Falta de classe…. Podia ter dito que o Iniciativa Liberal ainda não descobriu a sua entidade e vai ao sabor da maré com os seus valores e o que quer para o país..
A Iniciativa Liberal anda perdida na política , o que é triste pois tinham potencial .
Porque é que não aparece nos telejornais que isto também aconteceu em governos socialistas?
As direções dos telejornais estão feitas com a esquerda?
Não me lembro disto ter sido criticado no tempo do Costa ou do Sócrates…
Mais uma alarvidade do sr. vidente. O sr. Ventura pensa que é o maior, se calhar é o maior canalha da rua dele.
Compreendo este cromo, desde que o tentaram assassinar na campanha eleitoral com um ataque de rateres, todo o cuidado é pouco.
O grande perigo, a grande insegurança para a democracia deste pais e consequentemente para as pessoas de bem, são gajos como o Ventura que querem é protagonismo, aproveitam tudo para se promoverem, querem é o regresso ao tempo do fascismo.
Eu penso que o IL vai ter o mesmo destino que teve o partido do Martinho das vacas!