A história sinistra do novo parque nacional dos Estados Unidos

National Park Service

O novo parque nacional de Amache foi inicialmente uma prisão para nipo-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Centro de Recolocação de Granada, também conhecido como Amache, tornou-se um local de encarceramento para mais de 7500 nipo-americanos.

Localizado perto da fronteira entre o Colorado e o Kansas, este local, caracterizado pelas suas planícies esparsas e ventosas, era mais densamente povoado do que a cidade de Nova Iorque no seu auge. Recentemente designado como Sítio Histórico Nacional de Amache, é o mais novo parque nacional dos EUA, uma transformação que marca um passo significativo no reconhecimento e preservação de um capítulo doloroso da história americana.

O centro, abandonado desde 1945, é agora constituído por algumas casernas reconstruídas, uma torre de água e uma torre de guarda, vestígios do seu passado. Segundo a Dra. Bonnie J. Clark, da Universidade de Denver, que co-dirige o Projeto Amache, o local pode não parecer grande coisa à primeira vista, mas é um lugar poderoso e evocativo, rico em história e memória.

A designação de Amache como parque nacional foi anunciada em fevereiro de 2024 pela Secretária do Interior, Deb Haaland. “Como nação, devemos enfrentar os erros do nosso passado para construir um futuro mais justo e equitativo”, referiu Haaland. Esta medida faz parte de um esforço para assegurar que a história dos nipo-americanos durante a Segunda Guerra Mundial seja recordada e honrada.

O significado histórico do local remonta ao período pós-Pearl Harbor, quando o sentimento anti-japonês cresceu nos Estados Unidos. Em março de 1942, o Presidente Franklin Roosevelt autorizou a recolocação forçada de indivíduos considerados ameaças à segurança nacional, o que levou ao internamento de mais de 120 mil nipo-americanos, a maioria dos quais eram cidadãos dos EUA. Amache foi um dos vários campos estabelecidos em todo o Oeste dos EUA.

A vida em Amache era difícil e marcada por restrições severas, mas os internados conseguiram criar um sentido de comunidade. Organizaram actividades sociais, criaram escolas e até praticaram desporto. Apesar das condições difíceis, criaram uma aparência de vida normal dentro dos limites do campo.

A história de Amache não é apenas uma história de encarceramento, mas também de resiliência e comunidade. John Hopper, um antigo professor do liceu de Granada, iniciou um projeto em 1993 para documentar a história de Amache. Este projeto, apoiado pela Sociedade de Preservação de Amache e por vários voluntários, levou à reconstrução de edifícios e à criação de um museu e de um centro de investigação em Granada.

O museu alberga fotografias históricas, documentos e artefactos de Amache, proporcionando aos visitantes uma compreensão abrangente da história do local. Estão em curso planos para melhorar a experiência dos visitantes com mais programas educativos e visitas às instalações reconstruídas.

O estabelecimento de Amache como um parque nacional serve não só como uma preservação da história, mas também como um lembrete da resiliência da comunidade nipo-americana. Os visitantes do local podem agora envolver-se com esta história em primeira mão, assegurando que as histórias daqueles que viveram estes tempos não são esquecidas.

ZAP //

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