Há três anos, Csanad Szegedi era um dos líderes de um partido anti-semita húngaro, mas depois descobriu que é judeu e que a sua avó foi uma das sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz. E foi então que a sua vida mudou por completo.
Csanad Szegedi chegou a ser eleito para o Parlamento Europeu, em 2009, como vice-líder do Partido Nacionalista Húngaro Jobbik, marcadamente radical e anti-semita. Era um dos elementos mais influentes do partido de Direita e foi um dos fundadores da milícia denominada Guarda Húngara, que marchava habitualmente pelos bairros de Budapeste dominados pela comunidade cigana, numa jogada de intimidação.
Além dos judeus, os ciganos são também alvo de todas as miras críticas do Jobbik que, entretanto, até moderou o seu discurso, face à descoberta que mudou a vida de Csanad Szegedi.
Em 2012, Szegedi, que cresceu no seio de um ambiente protestante, apesar da origem judaica da mãe, descobriu os lanços de sangue ao judaísmo e a história da sua avó, uma sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz.
Foi então que se converteu ao judaísmo ortodoxo, depois de viajar até Israel e de visitar Auschwitz, para se confrontar com os horrores da política anti-semita levada a cabo pelos Nazis.
Actualmente, Csanad Szegedi dá palestras em escolas, onde dá a conhecer a cultura judaica e fala do perigo da intolerância.
Não chegou a ser expulso do Jobbik, que até tem tentado usar o caso de Csanad Szegedi como uma nova bandeira para um discurso mais moderado. Mas Szegedi decidiu abandonar o partido por iniciativa própria.
“O partido pode ter adoptado uma postura mais para o centro, mas ainda está cheio de pessoas que se filiaram por causa das suas posições radicais, pelo nacionalismo e extremismo”, salienta Csanad Szegedi em declarações à BBC.
“Há um limite para o quão moderado o partido pode ser. Não penso mais numa vida política”, acrescenta.
ZAP / BBC