A Associação de Tenistas Profissionais vai abrir um inquérito para investigar as suspeitas de resultados combinados, uma situação exposta há uns dias pela BBC.
O presidente da Associação de Tenistas Profissionais, Chris Kermode, anunciou a abertura de um inquérito “sem precedentes” para investigar os alegados resultados combinados entre jogadores da elite do ténis mundial nos últimos anos, avança o Expresso.
A investigação junta as mais altas instâncias do ténis com o principal objetivo de repor a confiança na modalidade a nível mundial.
“É algo sem precedentes, em que os principais responsáveis do ténis se uniram com rapidez e um só propósito, que é restaurar a confiança pública no nosso desporto“, afirmou o presidente em conferência de imprensa.
O dirigente da ATP explicou que a investigação vai ser liderada pelo britânico Adam Lewis, especialista em legislação desportiva, acompanhado de mais dois elementos que ainda estão por selecionar.
“Este painel poderá investigar tudo e falar com quem entender. Não haverá prazos para a conclusão do inquérito. Demorará o tempo que for necessário”, explicou.
A polémica instalou-se a 17 de janeiro, na véspera do Open da Austrália, quando a BBC revelou ter documentos secretos com provas de partidas combinadas entre os jogadores do top-50 mundial.
Juntamente com o site de notícias Buzzfeed News, a estação britânica prometeu expor um mundo secreto e paralelo de apostas no valor de milhões.
Os documentos revelam que, ao longo dos últimos dez anos, 16 jogadores do top terão sido investigados pela UIT – Unidade de Integridade do Ténis, sob suspeita de estarem envolvidos em combinação de resultados.
Segundo a BBC, nenhum destes atletas foi punido pela unidade anti-corrupção, que supostamente se rege por uma política de “tolerância zero” para a corrupção no ténis.
Na altura, o número 1 do ranking ATP, Novak Djokovic, reagiu publicamente a esta polémica, negando a ideia de que exista corrupção no topo da hierarquia da modalidade.
O tenista contou que, em 2007, recebeu uma proposta de mais de 180 mil euros para perder um jogo num torneio em São Petersburgo, na Rússia, a qual diz ter recusado de imediato.
ZAP