Os cientistas da equipa da experiência de longa data chamada Advanced Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), que utiliza detetores para procurar ondulações no tecido do espaço-tempo, estarão no processo de redigir um documento que descreve um sinal de onda gravitacional.
O rumor foi lançado por Lawrence Krauss, um cosmólogo da Universidade do Estado do Arizona que publicou no Twitter que tinha recebido informações sobre a descoberta de ondas gravitacionais.
My earlier rumor about LIGO has been confirmed by independent sources. Stay tuned! Gravitational waves may have been discovered!! Exciting.
— Lawrence M. Krauss (@LKrauss1) 11 janeiro 2016
Não se trata da primeira vez – o mundo da Física está cheio de rumores envolvendo sinais de ondas gravitacionais detetados por cientistas nos Estados Unidos.
Se o sinal realmente existe e for verificado, confirmaria uma das previsões mais dramáticas da teoria centenária de Albert Einstein.
Krauss disse que estava 60% certo de que o rumor era verdadeiro, mas afirmou que teria de ver os dados dos cientistas antes de tirar qualquer conclusão sobre se o sinal é genuíno ou não.
Os investigadores que colaboram com o projeto LIGO estão a reunir informação antes de publicar qualquer coisa relacionada com a descoberta de ondas gravitacionais. “Eles estão extremamente cautelosos. Não há nenhuma razão para reivindicarem a descoberta se não tiverem certeza”, disse Krauss.
Em 2014, investigadores de outra experiência norte-americana, chamada de BICEP2, convocaram uma conferência de imprensa para anunciar a descoberta das ondas gravitacionais, mas desde então outros cientistas apontaram que o sinal foi confundido com poeira espacial.
Se as ondas gravitacionais forem descobertas, os astrónomos poderiam usá-las para observar o Cosmos de uma forma que tem sido impossível até agora.
“Gostaríamos de ter uma nova visão sobre o universo”, disse Krauss. “As ondas gravitacionais são geradas nos mais exóticos lugares na natureza, como na borda de buracos negros. Estamos certos de que eles existem, mas não temos sido capazes de utilizá-las para sondar o universo”.
“Os dados dos instrumentos do LIGO estão a ser recolhidos, e isso levará tempo para ser analisado e interpretado. Por isso, não temos resultados para divulgar ainda”, disse Gabriela Gonzalez, professora de física e astronomia na Universidade Estadual de Louisiana e porta-voz do LIGO.
“Temos orgulho em rever os nossos resultados com cuidado antes de submetê-los para publicação”, disse.