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Edgar não sabe se Coreia do Norte é uma ditadura, Marisa não tem dúvidas

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Esquerda.Net / Flickr

A eurodeputada Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (BE)

A eurodeputada Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (BE)

Num debate tenso entre os candidatos presidenciais de esquerda, Edgar Silva passou o tempo a tentar mostrar diferenças face ao pensamento da candidata apoiada pelo Bloco.

O Diário de Notícias refere mesmo que “no historial dos debates eleitorais entre personalidades do PCP e do Bloco nunca houve um tão crispado” como o desta quarta-feira à noite entre o comunista Edgar Silva e Marisa Matias – uma agressividade que parece refletir diretamente o mal-estar entre as duas forças durante as negociações da plataforma política com o PS.

A começar com o Orçamento Retificativo, Marisa Matias afirmou ter achado “estranho” e até “surpreendente” que Edgar Silva desse o “benefício da dúvida” ao OE feito para acomodar a resolução do Banif. O candidato comunista respondeu tenso: “É não conhecer a Constituição da República [dizer] que nunca se colocaria a assinatura” no orçamento, ao que a candidata do BE esclareceu que sabe “muito bem” que, se a AR se pronunciasse num determinado sentido, teria de o promulgar.

Edgar Silva admitiu que não colocaria de parte a hipótese do veto político e de devolver o orçamento ao Parlamento, estando em causa a “injustiça clamorosa” de obrigar os contribuintes a “despejar mais dinheiro na falência de um banco”. Contudo, justificou o “sentido de responsabilidade” que o levaria a aprovar o OR: “Numa situação extrema, que poderes tinha o Presidente senão, em última instância, viabilizar este orçamento? Demitia-se ou dissolvia a Assembleia?”

Marisa Matias defendeu que é “preciso uma Presidente que se bata pelo país, que o defenda em todos os momentos, mesmo os mais difíceis” e que “a posição da maioria e do Governo” era a da integração do Banif na Caixa Geral de Depósitos, o que “seria uma mensagem forte para Bruxelas da Presidente”.

A Coreia do Norte é uma ditadura ou uma democracia?

O anúncio de Pyongyang de que teria feito detonar a sua primeira bomba de hidrogénio levou o jornalista João Adelino Faria a indagar os candidatos sobre o regime oficialmente socialista, de partido único e com graves violações dos direitos humanos da Coreia do Norte. “A Coreia do Norte é uma ditadura ou uma democracia?”

Marisa Matias respondeu prontamente: “considero a Coreia do Norte uma ditadura que ataca o seu povo“.

Já o comunista Edgar Silva hesitou. Começou por defender que um Presidente da República deve ter relações de cooperação com todos os países, independentemente da avaliação “subjetiva” que faz desses mesmos Estados, e reconheceu que em vários países do mundo existe um “insuficiente respeito pelos direitos humanos”.

Pressionado a avaliar a democracia na Coreia do Norte, o candidato comunista acabou por responder: “Não vejo que seja um privilégio da Coreia do Norte“.

Ainda no campo da política internacional, ambos concordam com políticas de desarmamento, de cooperação e de paz.

O candidato do PCP tentou pôr em dúvida que, em Bruxelas, Marisa Matias tenha votado contra a invasão da Líbia. “Votei contra e o voto foi nominal”, respondeu a eurodeputada. “Convém verificar”, retorquiu Edgar.

Já perto do fim, o candidato do PC aproveitou uma pergunta sobre o euro para reforçar que se trata de uma área em que o seu pensamento “é muito diferenciado” da posição do Bloco, já que os comunistas põem claramente em cima da mesa a hipótese de Portugal sair da moeda única.

ZAP

9 Comments

  1. Estes dois candidatos a nada ainda nem sequer sabem por quem irão desistir caso haja segunda volta, quanto ao modelo de países ditadores talvez já tenham uma escolha mais afinada.

  2. É assim:
    – O mundo está dividido entre Bons e Maus
    Do lado de cá somos Bons. É a democracia.
    Do lado de lá são os maus. É a ditadura.
    Os maus não podem ter material bélico:- É um perigo para a humanidade.
    Os Bons podem ter todo o material bélico que quiserem incluindo a bomba H. São muito responsáveis. Não há perigo nenhum. É para defender a democracia.
    É assim que qualquer dia, este pobre PLANETA vai pelos ares…

  3. O problema da esmagadora maioria das pessoas, é sempre a ignorância…
    Se sentem uma alguma simpatia por determinada ideologia,
    seja qual for, passam a defender todos aqueles que pertencem
    ao seu clube, independentemente dos valores dessa mesma pessoa…
    Pura ignorância…
    ACORDEM!

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