Paulo Morais diz que o próximo Presidente da República “tem de atacar o problema das sociedades de advogados” de que fala como uma verdadeira “máfia” e defende a “instabilidade política”, lembrando D. Afonso Henriques e o 25 de Abril.
Declarações feitas pelo ex-vereador da Câmara Municipal do Porto no debate presidencial com Sampaio da Nóvoa na TVI24.
“Há sociedades de advogados que são verdadeiras irmandades, para não dizer máfias, que verdadeiramente intervêm no processo legislativo porque fazem leis, intervêm no processo judicial porque vão para os tribunais litigar”, acusa Paulo Morais.
O ex-vereador considera que o próximo Presidente da República “tem de atacar” este problema, lamentando que “a legislação de maior relevância económica, que tem a ver com contratação pública, urbanismo, ordenamento do território, ambiente, obras públicas, não é feita no Parlamento, é feita nas grandes sociedades de advogados”.
E quando o discurso da maioria é o de apelar à estabilidade, Paulo Morais frisa que o seu apelo é para “alguma instabilidade na política para dar alguma estabilidade às pessoas“.
Paulo Morais diz ter ido a Coimbra visitar o túmulo de D. Afonso Henriques, e que lhe deixou ficar um cravo vermelho.
“Não foi com estabilidade que D. Afonso Henriques fez o país ou que se fez o 25 de Abril“, nota.
No debate a três com Vitorino Silva e Jorge Sequeira na SIC Notícias, Sampaio da Nóvoa lamentou a “ideologia da austeridade” que provocou “resultados dramáticos”, salientando que foi “um experimentalismo ideológico e fundamentalista que nos conduziu a uma situação de grande dificuldade”.
Para contrariar essa tendência, o ex-reitor defende políticas que “apostem nas pessoas, na economia, no trabalho”.
Edgar Silva acusa Marcelo de ser “mestre na arte do disfarce”
Na sucessão de debates entre os candidatos presidenciais, ficam ainda os ataques de Edgar Silva a Marcelo Rebelo de Sousa na RTP1.
O candidato comunista acusa o professor de ser um “Cavaco Silva a cores“, salientando que o opositor “procura dissimular os apoios de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas”.
“É um mestre na arte do disfarce. Como dizem os pescadores na minha terra, é a arte do engodo, para aliciar o pescado”, atira ainda Edgar Silva.
Marcelo Rebelo de Sousa defende-se com a ideia de que foi “sempre heterodoxo e independente” e que, “em momentos cruciais”, esteve contra o ainda Presidente da República Cavaco Silva.
“Não sou o candidato de direita“, insiste em dizer o ex-comentador político.
ZAP
Nota: Por erro desta edição que muito lamentamos, foi atribuída a Paulo Morais a referência a uma visita a Guimarães. O túmulo de D.Afonso Henriques encontra-se obviamente em Coimbra. Pelo lapso as nossas desculpas ao candidato e aos nossos leitores.