O Sporting impôs este sábado a primeira derrota (2-0) ao FC Porto, em jogo 15ª jornada da I Liga de futebol, vitória assente na supremacia do coletivo dos leões face às individualidades portistas, recuperando a liderança do campeonato.
Em Alvalade, um bis do internacional argelino Islam Slimani, aos 27 e 85 minutos, permitiu ao conjunto de Jorge Jesus superar o combinado do espanhol Julen Lopetegui, roubando-lhe a liderança.
Ao longo do jogo, em termos ofensivos, o FC Porto dependeu muito das iniciativas dos seus dois alas, Corona e Brahimi, mas o Sporting defendeu sempre como equipa, com sentido posicional e de entreajuda, que permitiu que a ação daqueles não tivesse consequências para a baliza de Rui Patrício.
Assistiu-se a um grande jogo, pela dinâmica, intensidade, qualidade do futebol, oportunidades de golo, mas o Sporting mereceu indiscutivelmente o triunfo, porque foi claramente a melhor equipa, a que revelou maior entrosamento, fio de jogo e dinâmica ofensiva, perante um FC Porto que não conseguiu responder ao mesmo nível no plano coletivo.
Se na primeira parte o FC Porto ainda foi conseguindo a custo suster a maior dinâmica ofensiva do Sporting, que deteve quase sempre a iniciativa do jogo, na segunda parte, face à necessidade de subir um pouco mais terreno por força do resultado negativo, expôs-se e poderia até ter sofrido uma derrota mais pesada.
A equipa portista nunca conseguiu aproveitar o adiantamento do bloco leonino, sempre muito subido, por mérito contrário, fruto de segurança na posse e circulação de bola e do reposicionamento inteligente dos seus jogadores quando a perdiam.
Raramente o FC Porto conseguiu meter bolas nas costas da defesa leonina, quando recuperava a sua posse, apostando essencialmente num jogo mais direto para os seus alas, Corona e Brahimi, dois executantes de primeira água nos lances de um contra um, mas que esbarraram sempre nas dobras dos defesas e médios leoninos.
O Sporting abriu o marcador aos 27 minutos, por Slimani, de cabeça, num livre tenso de Jefferson, golo esse inteiramente justificado ao intervalo, por ter sido a melhor equipa, a que mais atacou, mais pressionou, mais lances de perigo criou.
No entanto, foi na segunda parte que essa supremacia se acentuou face à necessidade de o FC Porto, estando a perder, ter de subir no terreno e dar mais espaços, quer na zona intermediária quer na costas da sua defesa.
Brahimi e Corona continuavam a constituir uma ameaça com bola no pé – sem ela têm escassa participação a fechar os respetivos flancos, uma das razões porque o Sporting se superiorizou face à profundidade ofensiva que os seus laterais asseguraram -, mas o Sporting continuou sólido a defender e passou a explorar os espaços em lances de contragolpe.
Aos 64 e 70 minutos, o ataque dos leões enviou uma bola à barra, por Slimani, de cabeça, a cruzamento de João Mário, e outra ao poste por Adrien, a culminarem jogadas coletivas de golo feito, mas criou também outros lances de perigo iminente de golo.
O FC Porto tentava desesperadamente chegar ao golo, o discernimento era cada vez menos, Lopetegui tinha lançado André André aos 54 minutos sem resultado prático, e não arriscou na entrada de André Silva para jogar ao lado de Aboubakar na área, preferindo trocar um pelo outro, aos 71.
Por seu lado, Jorge Jesus mexeu bem ao lançar Gelson Martins aos 62 minutos para o lugar de Matheus, a acusar desgaste, o que proporcionou uma maior acutilância aos lances ofensivos do Sporting, que culminariam com o segundo golo de Slimani, aos 85, na sequência de um passe açucarado de Bryan Ruiz.
Em suma, o Sporting foi globalmente superior, mereceu vencer e Jorge Jesus ganhou claramente o duelo tático com Lopetegui.
Após este triunfo, o Sporting voltou para a frente da classificação, agora com 38 pontos, mais dois do que o FC Porto, que caiu para segundo, e quatro do que o Benfica, terceiro, que hoje foi vencer a Guimarães por 1-0.