Os últimos dados relativos ao tempo de utilização da Internet pelos utilizadores norte-americanos mostram que os adultos passam, em média, mais de 5h por dia ligado à Internet, quando em 2008 esse valor era menos de 3h – e o principal responsável são os dispositivos móveis.
Há uma década não havia grandes dúvidas: quem desejasse aceder à Internet era quase obrigado a usar o seu computador.
Hoje em dia, isso pode ser feito a qualquer instante recorrendo-se a um smartphone ou tablet; mas o mais crítico é que esse tempo extra tem sido acompanhado por uma manutenção do número de horas de acesso à Internet usando-se um computador ou portátil.
O resultado: uma utilização cada vez mais intensiva, que vai invadindo os espaços de tempo livre.
Bastará caminhar pela rua, ir a um restaurante ou café, ou qualquer outro sítio para encontrar alguém que se concentra mais no ecrã do seu smartphone do que naquilo que se passa à sua volta.
É importante lembrar que um uso intensivo do smartphone não significa necessariamente que as pessoas estejam menos em contacto umas com as outras – em especial em tempos de aplicações populares como o Facebook Messenger, o WhatsApp e o Snapchat.
A diferença está no tempo que passam a aproveitar e meditar sobre o que se passa à sua volta, em vez de apenas partilharem no imediato.
Podemos, no entanto, imaginar outras consequências deste mergulho na tecnologia: que riscos iremos enfrentar com a chegada dos óculos de realidade virtual?
Por este andar teremos pessoas que preferirão passar a maior parte do tempo em realidades mediadas do que no contacto com o próprio mundo palpável.