O ministro das Finanças e Administrações Públicas de Espanha, Cristóbal Montoro, criticou hoje a fixação da Comissão Europeia com os objetivos do défice, contrapondo que se deveria concentrar mais em estimular as economias débeis da Zona Euro.
“Falam sempre de objetivos sem considerar o contexto geral”, disse Montoro, em entrevista concedida ao The Wall Street Journal.
“Não se trata de cumprir os objetivos. Trata-se de construir a União Europeia e precisamos de crescimento económico para isso”, adiantou Cristóbal Montoro.
As declarações de Montoro foram feitas depois de o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, ter anunciado na segunda-feira que a Comissão Europeia tencionava analisar no dia seguinte o orçamento de Espanha para 2016, avançando que a opinião do executivo comunitário deveria ser negativa.
Moscovici explicou que, com o orçamento apresentado, Espanha corria o risco de não cumprir os objetivos marcados por Bruxelas de redução do défice para 2015 e 2016.
Porém, a Comissão optou por adiar a divulgação da sua opinião sobre o projeto de orçamento de Espanha, decisão que foi tomada pelo seu próprio presidente, Jean-Claude Juncker.
O executivo de Madrid garantiu que vai cumprir a meta de redução do défice dos 5,7% registados em 2014 para 4,2% em 2015 e 2,8% em 2016.
O ministro Montoro insistiu neste sentido que Espanha vai alcançar o objetivo: “Pedem-me que faça os trabalhos de casa, e faço-os; não sei por que têm de se meter sempre com o meu orçamento“.
Acrescentou inclusive que “é sempre a mesma coisa todos os anos e nunca acertam”.
O titular das Finanças considerou que a Comissão deveria aceitar que a descida dos impostos, como as recentemente decididas em Espanha, podem ajudar a impulsionar a atividade económica e as receitas fiscais e que os aumentos de impostos não têm apenas como resultado aumentar a receita fiscal.
Como exemplo, Montoro recordou que a Comissão obrigou a Espanha a aumentar a taxa do IVA de 18% para 21% em 2012 e a retirar vários bens e serviços de uma lista de produtos taxados a um valor inferior.
Na sua opinião, “isto não foi bom para a economia”, uma vez que “causou uma queda do consumo”, criticando que mesmo assim “continuam a pedir a aplicação da taxa máxima a mais produtos”.
/Lusa
Vá lá; pensei que os espanhóis andavam a dormir!!