A empresa do açoriano António Frias está a construir a maior torre a ser erguida na cidade de Boston, Estados Unidos, nos últimos 40 anos, a Millennium Tower, com 60 andares de apartamentos de luxo.
A empresa do português, a S&F Concrete, é responsável por toda a parte de cimento do arranha-céus que, quando estiver terminado no próximo ano, vai chegar aos 210 metros de altura.
António Frias, de 75 anos, celebra em Outubro deste ano o 50.° aniversário da sua empresa, que actualmente conta com 600 funcionários e é considerada a maior construtora na área do cimento de toda a Nova Inglaterra.
Originário da ilha de Santa Maria, Frias chegou aos Estados Unidos em 1955 e começou por trabalhar numa fábrica de sapatos, numa padaria e na construção civil.
Dez anos depois, em 1965, criou a própria empresa, com apenas três funcionários, que começaram por construir passeios, sobrados de casas e valetas de cimento.
Hoje está envolvido em cerca de 60 obras nos estados de Massachusetts, New Hampshire, Connecticut e Rhode Island, destacando-se esta nova torre pela dimensão e desafio.
Num processo que envolve 500 trabalhadores, a Millennium Tower Boston está a crescer dois andares por semana.
“Nunca ninguém na cidade fez algo assim de forma tão rápida”, disse o presidente da empresa responsável pelo consórcio, Angus Leary.
Ao contrário de outros prédios em que toda a estrutura é feita em ferro, nesta torre é o cimento de António Frias, transportado em canos dezenas de metros desde o solo, que forma a estrutura.
Ainda com o cimento fresco, são introduzidas vergas de ferro e feitos cerca de 500 furos e fossos onde mais tarde são instalados a água, luz, gás e outros.
Os trabalhadores da S&F Concrete usam tecnologia de ponta, com GPS, para ter a certeza de que cada perfuração é feita no local exacto.
Nas últimas décadas, a empresa de Frias esteve envolvida, por exemplo, na construção do pavilhão dos Celtics, dos Patriots e dezenas de centros comerciais, escolas, hotéis e prédios residenciais.
Em 2011, António Frias recebeu o prémio de empreendedorismo da COTEC.
/Lusa