O Brasil é o quarto país do mundo com mais casamentos de crianças e adolescentes até aos 15 anos, com 877 mil jovens entre 20 e 24 anos casadas antes dessa idade, segundo um estudo do Instituto Promundo.
O país também é o quarto da lista, em números absolutos, com mais raparigas casadas antes dos 18 anos: cerca de três milhões com idades 20 e 24 anos, ou 36%, afirmou ter contraído matrimónio antes de alcançar a maioridade legal, segundo o Instituto, que utilizou estatísticas da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, de 2006.
O relatório, divulgado na quarta-feira em Brasília, com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Fundação Ford, também demonstra que mais de 88 mil jovens entre os 10 e os 14 anos vivem em uniões consensuais no país, tanto civis como religiosas, segundo dados do censo de 2010.
O estudo, pioneiro no país na área de casamentos infantis, analisou especificamente os dois estados brasileiros com mas incidência da prática: o Pará, no norte do país, e o Maranhão, no nordeste.
O Instituto Promundo divulgou que os principais fatores detetados que levam ao casamento antes dos 18 anos são a vontade de um membro da família devido a uma gravidez indesejada, ou para proteger a reputação da adolescente, o desejo de controlar a sexualidade das meninas, a busca por segurança financeira e a vontade da adolescente de sair da casa dos pais, além do desejo dos futuros maridos de se casarem com meninas mais jovens.
O casamento na infância e na adolescência traz consequências para a vida dos jovens, segundo o relatório, incluindo gravidez precoce, atrasos e desafios educacionais, limitações à mobilidade e à construção de redes sociais e exposição à violência do parceiro, principalmente no caso de jovens com maridos mais velhos e controladores.
O relatório também aponta que a presença “ativa e positiva” dos pais diminui a incidência de violência sexual e de atividade sexual precoce indesejada, além de contribuir para uma maior autoestima e propensão à escolha de parceiros com comportamentos mais “equitativos em termos de género”.
“O casamento infantil prejudica a capacidade das meninas de concretizar suas aspirações e realizar escolhas plenas sobre seu futuro, comprometendo seu bem-estar e desenvolvimento, mesmo quando casam por vontade própria, com o consentimento dos pais ou por problemas financeiros”, diz o estudo.
/Lusa
Pedofilia “encoberta”?
E depois… É o estado galinheiro a servir de poleiro de galos…Tanta riqueza e cotados financeiramente como “lixo”!
Brasil, claro…