Taxistas já protestam esta terça-feira no Porto, em Lisboa e em Faro, com a realização de marchas lentas, contra o transporte de passageiros por condutores ligados à aplicação eletrónica Uber.
Em Lisboa, a concentração, marcada para o Parque das Nações, percorre diversas artérias do centro da cidade e termina na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Justiça.
No Porto, a marcha parte e termina na Praça Gonçalves Zarco e, em Faro, à concentração no Parque das Cidades (Estádio do Algarve) segue-se o desfile até ao Parque de São Francisco.
“A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime”, e protestar contra a “tolerância dos decisores” e a “inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados”, explicou, em comunicado, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros.
Os taxistas pretendem entregar um dossiê explicativo das suas razões ao presidente do instituto da Mobilidade Terrestre e à ministra da Justiça, em Lisboa.
Numa nota, a PSP informa que existirão elementos policiais a proceder ao desvio do trânsito devido aos previstos condicionamentos da circulação rodoviária e aconselha os cidadãos a utilizarem preferencialmente os transportes públicos para deslocações na cidade de Lisboa.
O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de abril deste ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL, e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em junho.
A ANTRAL acusa a Uber de “continuar a trabalhar da mesma forma” que trabalhava antes da decisão do tribunal.
A Uber já reagiu aos protestos e lançou uma campanha na qual os utilizadores explicam porque é que usam a aplicação.
Para além disso, a empresa já defendeu que cumpre “inteiramente a legislação em vigor” e assegura que funciona com “parceiros licenciados” que pagam impostos.
“Em Portugal, a Uber opera inteiramente de acordo com a legislação em vigor, com parceiros licenciados que pagam impostos em cada viagem realizada na plataforma”, refere a empresa, numa nota enviada à agência Lusa, salientando que “a tecnologia é também uma ferramenta importante para modernizar e melhorar o sector da mobilidade como um todo”.
Com a hashtag “WHYIUBER”, já estão disponíveis três vídeos e outros serão lançados ainda durante esta semana.
Para a campanha, a app recolheu mais de 700 testemunhos de utilizadores e parceiros-motoristas em Lisboa e no Porto, através de filmagens durante as viagens e de comentários escritos.
ZAP / Lusa