A Suécia espera assinar, até ao Natal, um acordo com o Equador para interrogar Julian Assange, suspeito de violação e a viver há mais de três anos na embaixada equatoriana em Londres, declarou hoje uma responsável sueca.
“Esperamos chegar em breve a acordo… antes do Natal”, declarou Cecilia Riddselius, responsável do Ministério da Justiça sueco.
Responsáveis suecos e equatorianos reuniram-se hoje, pela primeira vez, em Estocolmo, para elaborar um acordo de cooperação judiciário entre os dois países.
Riddselius garantiu que este acordo não se limitava apenas ao caso Assange.
“Trata-se de um acordo geral de cooperação judiciária em casos criminais”, acrescentou.
Enquanto este acordo bilateral não for concluído, Quito recusa abrir as portas da embaixada londrina aos investigadores suecos, que pretendem interrogar o fundador do ‘site’ WikiLeaks, acusado de violação, em 2010, por uma sueca.
Até meados deste mês, o australiano, de 44 anos, era também acusado de agressão sexual, que prescreveu ao fim de um prazo de cinco anos por não ter sido apresentada uma acusação formal.
Alvo de um mandado de detenção europeu, Julian Assange recusa-se a viajar para a Suécia com medo de ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser processado pela publicação, pelo WikiLeaks, em 2010, de 500 mil documentos secretos da Defesa norte-americana relativos ao Iraque e o Afeganistão e 250 mil comunicações diplomáticas.
Na primavera, o ministério público sueco aceitou deslocar-se a Londres para interrogar Assange na embaixada do Equador, que concedeu asilo ao australiano em 2012.
As negociações decorreram no sábado, lideradas pelo lado sueco pela secretária de Estado Ann Linde, “braço direito” do ministro do Interior, e pelo lado sueco por Férnando Yepez Lasso, vice-secretário para a América do Norte e Europa.
/Lusa